Descrição de chapéu Governo Trump

Jornalista da CNN é barrada em evento da Casa Branca após questionar Trump

Assessoria do presidente disse que questão era 'inapropriada'; associação apoiou repórter

São Paulo e Washington | Reuters

A rede de TV americana CNN informou que uma de suas correspondentes na Casa Branca, Kaitlin Collins, foi excluída da cobertura de um evento do presidente Donald Trump nesta quarta (26) após fazer perguntas que foram consideradas inapropriadas pela assessoria do republicano.

O caso provocou uma reclamação da Associação de Correspondentes da Casa Branca e a repórter recebeu apoio de outros veículos, incluindo do canal Fox News, o favorito de Trump

Durante uma sessão de fotos no Salão Oval com Trump e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, Collins questionou o presidente sobre uma gravação em que ele teria discutido com seu ex-advogado Michael Cohen uma forma de pagar a ex-modelo da Playboy Karen McDougal para manter silêncio sobre um suposto caso com o republicano.

Logo depois, a jornalista foi barrada em um segundo evento que aconteceria no jardim da Casa Branca. 

A CNN informou em comunicado que o diretor de Comunicações da Casa Branca, Bill Shine, e a secretária de imprensa, Sarah Sanders, disseram a Collins que suas perguntas foram "inapropriadas" e que ela não poderia participar do evento no jardim, durante o qual Trump e Juncker anunciaram diálogo sobre comércio.

"Esta decisão de proibir um integrante da imprensa é retaliação por natureza e não é indicativa de uma imprensa aberta e livre", disse a CNN.

Em nota na qual não citou o nome de Collins, Sanders disse apenas que uma repórter gritou perguntas e se recusou a deixar o Salão Oval ao final de um evento. "Na sequência, nossa equipe a informou que ela não seria bem-vinda no próximo evento, deixando claro que outro jornalista da mesma rede de TV poderia participar", diz o comunicado da Casa Branca.   

Trump frequentemente reclama da cobertura da CNN sobre sua Presidência, dizendo que a considera injusta. Ele não fez nenhum comentário imediato sobre a declaração da direção do canal. 

Olivier Knox, presidente da Associação de Correspondentes da Casa Branca, criticou a decisão da administração Trump.

"Condenamos veementemente a decisão equivocada e inadequada da Casa Branca de impedir um dos nossos membros de participar de um evento de imprensa aberto depois que ela fez perguntas que eles não gostaram", disse Knox em um comunicado.

O presidente da Fox News, Jay Wallace, também apoiou o canal de TV concorrente. "Expressamos nossa solidariedade com a CNN pelo direito de acesso total dos nossos jornalistas como parte de uma comunicação livre e irrestrita", disse ele em comunicado.

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