Trump contradiz inteligência e diz que EUA não são alvo da Rússia

Depois, Casa Branca desmente declaração de presidente

O presidente Donald Trump durante reunião de gabinete na Casa Branca, em Washington - Pablo Martinez Monsivais/Associated Press
Washington | Reuters

O presidente dos EUA, Donald  Trump, disse nesta quarta-feira (18) que não acredita que a Rússia ainda esteja atacando os EUA, contrariando avaliações da inteligência americana de que Moscou continua tentando influenciar as eleições legislativas de novembro no país. 

As declarações desta quarta de Trump são as últimas de uma coleção de falas contraditórias desde seu encontro privado com o presidente russo, Vladimir Putin, em Helsinque (Finlândia), na segunda-feira (16). 

Questionado nesta quarta por repórteres se a Rússia ainda tinha os EUA como alvo, Trump balançou a cabeça e disse "não".

"Estamos indo muito bem, provavelmente tão bem quanto qualquer pessoa já se saiu com a Rússia. E jamais houve um presidente tão duro quanto tenho sido com a Rússia", disse antes de uma reunião de gabinete na Casa Branca. 

Horas depois, a porta-voz da Cassa Branca, Sarah Sanders disse que Trump havia dito "não" sobre "responder a perguntas". "O presidente e seu governo estão trabalhando muito duramente para garantir que a Rússia não consiga interferir nas nossas eleições como fez no passado."

Em um comitê no Congresso, em fevereiro, o diretor de Inteligência Nacional, Dan Coats, afirmou ter evidência de que os russos têm como alvo as eleições de novembro, quando os republicanos correm risco de perder o controle na Câmara e no Senado. Posições em governos estaduais também serão disputadas.

"Fomos muito claros em nossa avaliação sobre a interferência russa nas eleições de 2016 e seus esforços continuados e abrangentes de fragilizar nossa democracia", disse Coats ao rebater declarações de Trump.

Na terça, Trump tentou voltar atrás de comentários de que acreditava mais no presidente russo, Vladimir Putin, do que nos órgãos de inteligência americanos sobre a interferência russa nas eleições de 2016, dizendo que se expressou mal na véspera, durante o encontro com Putin. 

“Vou ser totalmente claro: eu aceito a conclusão da nossa inteligência de que houve intromissão russa nas eleições de 2016”, declarou. Mas, em seguida, complementou: “Podem ter sido outras pessoas também. Há muita gente lá fora”.

Nas redes sociais, Trump se voltou contra críticos de seu encontro com Putin, acusando-os de terem "Síndrome de Perturbação de Trump".

"Algumas pessoas ODEIAM o fato de que eu me dou bem com o presidente Putin da Rússia. Eles prefeririam ir à guerra a isso. É chamado  Síndrome de Perturbação de Trump ", escreveu. 

Tanto aliados quanto opositores criticaram a cúpula na Finlândia.

Membros do Congresso dos dois partidos sugeriram uma lei para fortalecer as sanções americanas contra a Rússia e aumentar a segurança eleitoral antes do pleito de novembro. 

"Algumas pessoas mais inteligentes amaram minha performance na coletiva de imprensa em Helsinque", afirmou Trump. "Nos saímos bem, o que realmente incomodou muitos 'haters' que queriam ver uma disputa de boxe. Grandes resultados virão!". ​

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