Abusadores de crianças em deserto mataram menino em ritual, diz Promotoria

Grupo de 11 menores foi encontrado no dia 3 no Novo México, nos EUA, com cinco adultos

Policial abre a porta para dois homens, algemados e com correntes, entrarem na sala. As duas mulheres estão sentadas e usam véu branco cobrindo a cabeça.
Jany Leveille, Lucas Morton, Siraj Wahhaj e Subbannah Wahhaj, que mantinham 11 crianças em um barraco no deserto no Novo México, entram na sala para a audiência de custódia - Roberto E. Rosales/The Albuquerque Journal/Associated Press
Taos (Estados Unidos) | Reuters

Um menino de três anos, cujo corpo foi enterrado perto de um barraco em um deserto nos EUA onde 11 crianças eram abusadas por cinco adultos, foi morto em um ritual, disse nesta segunda-feira (13) a Promotoria local.

O grupo foi resgatado no dia 3 por investigadores do FBI nos arredores de Taos, no Novo México. Com idade de 1 até 15 anos, os meninos estavam desnutridos e com roupas esfarrapadas ao serem encontrados pelos agentes.

Integrante da investigação, o agente especial do FBI Travis Taylor disse que o mais velho dos meninos foi avisado de que o garoto morto, identificado como Abdul-Ghani Wahhaj, ressuscitaria como Jesus Cristo e voltaria.

“Foi um ritual religioso com a intenção de expulsar os espíritos demoníacos dele. Eles estavam esperando a volta de Abdul-Ghani para que ele os avisasse de quais instituições deveriam se livrar”, afirmou o promotor do condado de Taos, John Lovelace, na audiência de custódia dos cinco adultos presos.

Mas a juíza responsável pelo caso, Sarah Backus, rejeitou o argumento e estabeleceu fiança de US$ 20 mil (R$ 78 mil). Todos foram acusados de maltrato infantil, incluindo as três mulheres que se dizem mães das crianças.

Os promotores afirmam que Lucas Morton e sua mulher, Subhannah Wahhaj, o irmão dela, Siraj Ibn Wahhaj, e a esposa, Jany Leveille, e outra irmã, Hujrah Wahhaj, treinavam as crianças para cometer atentados em escolas.

Filho de um líder religioso muçulmano de Nova York, Siraj Ibn Wahhaj também foi acusado de sequestrar seu filho, Abdul-Ghani, o menino morto, da casa da sua mãe em Atlanta, no estado da Geórgia, em dezembro passado.

O desaparecimento da criança levou a uma busca no país. Em dezembro, a polícia havia encontrado Siraj, Leveille e sete das 11 crianças em um carro que sofreu um acidente com pistolas, um fuzil AR-15 e munição.

Segundo Lovelace, o suspeito disse à polícia que tinha armas por trabalhar em uma firma de segurança privada e estava a caminho de um acampamento com a família. Foi liberado na sequência pelos policiais.

Durante a audiência, outro promotor, Timothy Hasson, disse ter tido acesso a uma carta de Siraj para um irmão em que lhe convidava para visitar o local e “acompanhar sua tentativa de ser um mártir”. “No século 21 acho que todos nós sabemos o que isso significa.”

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.