Apple e Facebook tiram do ar conteúdos de promotor de teorias da conspiração

Alex Jones, do site InfoWars, propagava conteúdos de extrema-direita e contestava ataques

De blazer azul e camisa branca, Jones aparece à direita, de pé e com microfone na mão. Atrás dele aparece um homem de perfil, filmando com um celular.
Alex Jones, do site Infowars, discursa em evento de apoio a Donald Trump na Convenção Republicana de 2016; Apple e Facebook tiram do ar conteúdos produzidos por ele - Lucas Jackson - 18.jul.16/Reuters
Nova York | AFP

A Apple eliminou vários podcasts do americano Alex Jones, enquanto o Facebook retirou quatro páginas de sua plataforma por considerar que glorificam a violência e incitam ao ódio.

Fundador do site InfoWars, Jones é uma personalidade midiática de extrema-direita que virou uma celebridade graças às suas teorias da conspiração sobre o ataque a tiros à escola Sandy Hook, em dezembro de 2012.

Desde que Adam Lanza matou 26 pessoas, incluindo 20 crianças, na instituição de Newtown, no estado de Connecticut, Jones afirmou em repetidas ocasiões que o crime foi uma encenação e que os pais das crianças eram atores.

Várias famílias de vítimas assassinadas processaram a celebridade, acusando-o de propagar teorias para aumentar sua audiência e seus rendimentos.

O texano, de 44 anos, evocou várias outras teorias da conspiração, segundo as quais o governo americano teria ordenado vários ataques terroristas como os de 11 de setembro.

Há alguns dias, o Facebook retirou quatro vídeos de páginas de Alex Jones que violavam suas políticas de redes sociais sobre o discurso de ódio e assédio sexual, indicou nesta segunda esta plataforma em uma mensagem.

Desde então, Jones publicou conteúdos suplementares no Facebook, o que levou o grupo a suspender suas quatro principais páginas de extrema-direita.

Estas páginas são acusadas de glorificar a violência e utilizar uma linguagem desumanizada para descrever as pessoas transgênero, muçulmanas e imigrantes, em violação ao regulamento interno do Facebook.

A rede social detalhou que foi a linguagem utilizada, e não as teorias da conspiração transmitidas por Alex Jones, o que a impulsou a suprimir as páginas.

A Apple retirou de sua plataforma a maior parte dos podcasts de Alex Jones, informação inicialmente revelada pelo site BuzzFeed. Procurada pela AFP, a empresa não comentou nem deu detalhes sobre a decisão.

No fim de julho, o YouTube retirou quatro vídeos publicado por Alex Jones e o suspendeu por 90 dias. Seu canal continua sendo acessível nesta plataforma de vídeos online.  

“O establishment está atacando a liberdade de imprensa, aqui nos Estados Unidos”, afirmou Jones no último vídeo que postou no YouTube, há uma semana.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.