China nega acusação da ONU de que mantém uigures em campos de internação

Governo diz que apenas membros extremistas da minoria muçulmana passam por 'reeducação'

Genebra | Reuters

A China rejeitou nesta segunda-feira (13) as afirmações de um comitê da ONU de que o país aprisiona 1 milhão de uigures, minoria muçulmana, em campos de internação na região de Xinjiang, mas afirmou que alguns deles passam por uma reeducação após terem sido doutrinados por extremistas.

Pessoas escolhem produtos em mercado de rua
Uigures em mercado de rua na região de Aksu, Xinjiang - Reuters

Na sexta-feira (10), Gay McDougall, da Comissão das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial das Nações Unidas, afirmou ter recebido diversos relatos de que, “em nome do combate ao extremismo religioso e da manutenção da estabilidade social, a China transformou a região autônoma dos uigures em algo que lembra um enorme campo de internação envolto em sigilo”.

Hu Lianhe, um funcionário sênior do Partido Comunista, respondeu que as autoridades na região de Xinjiang garantem aos cidadãos a liberdade de crença religiosa e protege “atividades religiosas normais”.

O país afirma que a região de Xinjiang enfrenta sérias ameaças de militantes islâmicos e separatistas que planejam ataques e promovem a tensão entre a minoria majoritariamente muçulmana dos uigures e a maioria da etnia han.

“A afirmação de que 1 milhão de uigures estão detidos em centros de reeducação é completamente falsa”, disse Hu. “Esses centros não existem.”

Hu acusou terroristas estrangeiros e extremistas de tentarem instigar forças separatistas em Xinjiang, praticando assassinatos, incêndios criminosos e envenenamentos.

Ele disse que a China pune esses crimes de acordo com a lei e não busca “desislamizar” a região, mas acrescentou: "Aqueles que são doutrinados pelo extremismo religioso devem passar por  recuperação e educação."


 

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