Autoridades norte-coreanas alertaram em uma carta aos EUA que as conversas entre os dois países estão "novamente em risco e podem naufragar", revelou a imprensa americana nesta terça-feira (28).
A carta foi entregue diretamente ao secretário de Estado, Mike Pompeo, e, segundo o Washington Post, foi a razão pela qual o presidente Donald Trump resolveu cancelar na semana passada uma iminente visita do secretário a Pyongyang.
O conteúdo da carta, recebida no dia seguinte ao anúncio da viagem, foi considerado "beligerante", disse o Post.
"Os EUA ainda não estão prontos para atender as expectativas norte-coreanas em termos de dar um passo adiante para assinar um acordo de paz", disse a carta, segundo a CNN.
A Guerra da Coreia (1950-53) terminou em um armistício, e não em um tratado de paz, deixando a península tecnicamente em estado de guerra.
A Coreia do Norte há muito manifestou que o fim oficial do conflito é um ponto crucial para que a tensão na região diminua.
Mas os EUA têm relutado em declarar o fim da guerra até que o Norte abandone seu programa de armas nucleares.
De acordo com a CNN, a carta foi enviada pelo ex-chefe da agência norte-coreana de espionagem, Kim Yong Chol, e diz que, se um acordo não for alcançado e as conversas colapsarem, o Norte vai retomar "suas atividades nucleares e balísticas".
No domingo (26), a mídia estatal norte-coreana acusou os EUA de "jogo duplo" e de "armar uma trama criminosa", mas não mencionou o cancelamento da visita.
Um porta-voz do governo sul-coreano disse que não comentaria a autenticidade da carta, mas reconheceu que as conversas entre Washington e Pyongyang haviam chegado a um impasse.
"Com a Coreia do Norte e os EUA em um impasse, há uma necessidade ainda maior para uma cúpula entre as Coreias", disse o porta-voz.
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