Entidade de defesa da imprensa apoia jornais dos EUA que criticaram Trump

SIP representa 1.300 publicações nas Américas e tem sede em Miami

Os mais de 300 jornais americanos que publicaram na última quinta (16) editoriais em defesa da liberdade de imprensa receberam nesta sexta (17) o apoio da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa, na sigla em espanhol).

A entidade, que representa 1.300 publicações de toda a região e tem sede em Miami, criticou ainda as declarações recentes do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a imprensa.  

"Nós da SIP expressamos solidariedade com os meios de comunicação que participaram da iniciativa de informação simultânea na quinta-feira [quando os editoriais circularam nas edições impressas] para denunciar o persistente antagonismo com o qual o presidente Trump trata os jornalistas e os meios de comunicação que o o criticam", disse o presidente da entidade e diretor do jornal peruano La Republica, Gustavo Mohme.

Ele pediu também respeito à Primeira Emenda da Constituição americana, que estabelece a liberdade de expressão e de imprensa, e afirmou que ataques de autoridades ao jornalismo podem prejudicar a democracia. 

"A experiência de outros contextos políticos na América Latina nos mostrou que as disputas políticas contra a imprensa, através de campanhas de difamação nas quais jornalistas e meios de comunicação são qualificados como cúmplices de golpes, de atacar a democracia ou verdadeiros inimigos do povo, podem gerar efeitos colaterais perigosos", disse Mohme.  

A publicação simultânea dos editoriais foi organizada pelo The Boston Globe e contou com a participação de 350 publicações, entre elas o jornal The New York Times —que anunciou a ação em seu site na noite de quarta-feira (15). 

Cada jornal publicou um editorial em defesa da imprensa livre e com críticas a Trump, que costuma chamar as empresas do setor de fake news e de inimigas do povo. Os textos refletem a opinião do conselho editorial das publicações sobre um tema e ficam separados das notícias.

Na quinta, após os editoriais, o presidente americano se manifestou sobre o assunto e disse que muito do que a imprensa publica "são notícias falsas, impondo agendas políticas ou simplesmente tentando machucar as pessoas".

No Brasil, a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) também manifestou apoio aos jornais americanos.  “É incompatível com a democracia qualquer ataque à liberdade de imprensa", disse  em nota o diretor-geral da entidade,  Hamilton dos Santos. 

A Aberje apoiou ainda um texto feito pela PRSA (Sociedade de Relações Públicas da América) que defendeu a importância da liberdade de imprensa no mundo.  

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