Descrição de chapéu Deutsche Welle

Estiagem expõe bombas de guerra na Alemanha

A pouca água nos rios aumenta a chance de munições da Segunda Guerra Mundial explodirem

Explosão de bombas da Segunda Guerra, como aqui no leito do rio Reno em Koblenz, não é incomum na Alemanha
Explosão de bombas da Segunda Guerra, como aqui no leito do rio Reno em Koblenz, não é incomum na Alemanha - Frederik Von Erichsen - 4.dez.2011/AFP
DW

O perigo está adormecido nos leitos de rios secos e nas águas rasas: velhas granadas, minas, explosivos de todos os tipos. "Houve de fato até aqui 22 achados. Mas o material só se tornou visível nas últimas semanas", afirma Grit Merker, porta-voz do Departamento de Polícia Técnica da Saxônia-Anhalt (TPA).

E esses são apenas os números referentes ao estado da Saxônia-Anhalt, que também é cortado pelo Elba. Remanescentes, especialmente da Segunda Guerra Mundial, que se tornam agora visíveis devido à estiagem dos últimos meses, que levou a níveis extremamente baixos do rio.

No Elba, a situação é particularmente severa. Nos últimos dias, o nível da água caiu para apenas 47 centímetros. Os navios estão encalhados nas margens, na terra seca. Há muito que o transporte fluvial já não é mais possível no rio que nasce na República Tcheca e atravessa a Alemanha até o Mar do Norte. Devido aos níveis baixos recordes, avistar munição antiga está se tornando cada vez mais comum.

Na Saxônia-Anhalt, explica Merker, até mesmo uma granada de fósforo altamente perigosa foi achada. No último fim de semana, em Fischbeck, no município de Stendal, foram explodidas duas minas antitanques de forma controlada no local, já que não puderam mais ser transportadas. "Para nós, esse trabalho é normal", diz Grit Merker sobriamente.

De acordo com a porta-voz, normalmente, os achados são relatados por "cidadãos comuns que observaram algo incomum" e então, geralmente, a polícia é notificada. Os policiais vistoriam o artefato e decidem se o Serviço de Desmonte de Munições deve ser acionado ou não, afirma Grit Merker. Em seguida, decide-se a munição ainda é "transportável" ou não. Numa emergência, assim como em Fischbeck, tem que se explodir ali mesmo.

Felizmente, não houve feridos ou acidentes com munições da Segunda Guerra Mundial durante esta estiagem. Mas Wibke Sperling, do Departamento Administrativo da Polícia na Saxônia, afirma que fica de orelha em pé ao ver fotos no jornal, como em outro dia.

"Nas margens do rio, alguém pousava triunfante com um pedaço de metal na mão. Nunca se deve tocar, de forma alguma, em algum desses objetos", diz ela.

A capital da Saxônia é Dresden. A cidade foi bombardeada pelos britânicos e americanos em fevereiro de 1945. É provável que munições mais perigosas sejam encontradas no leito do rio nos próximos dias.

"Os artefatos já se encontram há mais de 70 anos embaixo d'água. E não se sabe o que veio à tona", conta Sperling.

Ou seja, o alerta não foi suspenso. De qualquer forma, o nível do Elba aumentou ligeiramente em Dresden. Do nível mínimo recorde de 46 centímetros para atuais 54 centímetros. E é possível que, em breve, munição desconhecida da Segunda Guerra Mundial volte a desaparecer sob as mesmas águas do rio que corta a capital da Saxônia –até a próxima estiagem.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.