Descrição de chapéu Governo Trump

Ex-advogado admite pagamentos a atriz pornô a mando de Trump

Michael Cohen se declarou culpado de 8 acusações e enfrenta pena de quatro a cinco anos de prisão

Nova York

Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente Donald Trump, se declarou culpado nesta terça-feira (21) de oito acusações criminais, entre elas o pagamento à ex-atriz pornô Stormy Daniels e a uma ex-modelo da Playboy “a mando” do presidente Donald Trump com objetivo de “influenciar as eleições”.

O acordo em um tribunal nova-iorquino com a Procuradoria federal aconteceu quase ao mesmo tempo em que Paul Manafort, ex-diretor de campanha do republicano, foi condenado por oito acusações de fraude na Virgínia. 

Foi o primeiro julgamento do procurador especial Robert Mueller sobre a investigação de interferência russa na campanha presidencial de 2016.

O ex-advogado de Trump Michael Cohen em Nova York
O ex-advogado de Trump Michael Cohen em Nova York - Drew Angerer - 27.jul.18/AFP

No acordo, Cohen, 51, se disse culpado por evasão fiscal e por dar informações falsas a uma instituição financeira. Ele enfrenta pena de quatro a cinco anos de prisão, em sentença que será revelada em 12 de dezembro. 

O ex-advogado não citou as duas mulheres ou o nome do presidente, dizendo que trabalhou para um “candidato não nomeado”. Os valores e datas citados, porém, são condizentes com os pagamentos feitos a Stormy Daniels e à ex-modeo da Playboy Karen McDougal.

Ambas afirmavam terem tido um caso com o republicano e diziam ter sido pagas para não revelar o relacionamento —Stormy Daniels teria recebido US$ 130 mil e McDougal, US$ 150 mil.

Segundo Cohen, o primeiro pagamento foi feito em coordenação e a mando de “um candidato” ao cargo federal, e o segundo foi realizado “a mando do mesmo candidato”. 

O acordo foi alcançado depois de uma investigação de meses envolvendo acusações de potencial fraude bancária, evasão fiscal e violações de regras de financiamento de campanha.

Durante a investigação, o FBI (polícia federal americana) revistou o quarto de hotel, a casa e o escritório do ex-advogado de Trump e analisou mais de 4 milhões de itens.

Os rumores de que Cohen faria um acordo com a Procuradoria começaram após o ex-advogado ser visto entrado no escritório de seus advogados. Ele saiu sem responder a perguntas. 

Cohen fez parte do círculo pessoal de Trump por mais de uma década, atuando como advogado pessoal do republicano na Organização Trump e aconselhando o presidente após as eleições.

Recentemente, Trump se distanciou de Cohen, que, por sua vez, declarou que é leal acima de tudo à sua família e ao país, e não ao presidente.

A investigação foi encaminhada à Procuradoria de Nova York por Robert Mueller, procurador especial e que tem sido alvo preferido das críticas do republicano por causa da investigação da interferência russa nas eleições de 2016.

Na busca realizada pelo FBI, os investigadores tiveram acesso aos bancos que emprestaram dinheiro a ele e aos pagamentos feitos para abafar notícias negativas durante a campanha presidencial.

Entre esses pagamentos estariam os US$ 130 mil à ex-atriz pornô Stephanie Clifford, conhecida pelo nome artístico Stormy Daniels e que afirma ter tido um caso com Trump em 2006.

As revelações sobre o encontro sexual da atriz com Trump, em entrevista à rede CBS, causaram furor nos EUA. Trump, que na época já era casado com a primeira-dama Melania Trump, nega o affair e o pagamento.

Em julho, a CNN revelou áudio em que Cohen e Trump discutem o pagamento, também em 2016, a uma modelo para que não contasse sobre o caso extraconjugal que teve com o presidente americano em 2006.
Também foram analisados US$ 20 milhões em empréstimos obtidos por Cohen e a companhia de táxi de sua família, segundo notícia do The New York Times.

Ele era acusado de alterar o valor dos ativos que possuía para obter os empréstimos de duas instituições financeiras, e também de ocultar sua renda à Receita Federal.

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