Descrição de chapéu Governo Trump

Ex-diretor de campanha de Trump é considerado culpado de 8 acusações de fraude

Caso de Paul Manafort é o primeiro levado a julgamento pelo procurador especial Robert Mueller

Danielle Brant
Nova York

Paul Manafort, ex-chefe da campanha presidencial de Donald Trump, foi considerado culpado nesta terça-feira (21) por oito acusações de fraude, mas escapou de outras dez depois que o júri não conseguiu chegar a um veredito.

Richard Westling, Kevin Downing e Thomas Zehnle, advogados de Paul Manafort, falam em Alexandria, no estado da Virgínia, nos EUA
Richard Westling, Kevin Downing e Thomas Zehnle, advogados de Paul Manafort, falam em Alexandria, no estado da Virgínia, nos EUA - Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

Ele enfrentava um total de 18 acusações de evasão fiscal, fraude bancária e ocultação de contas em bancos estrangeiros, no primeiro caso levado a julgamento pelo procurador especial Robert Mueller. 
Se fosse condenado por todas as acusações, ele enfrentaria pena de 305 anos na prisão. Ele deve passar pelo menos uma década preso.

Manafort, que trabalhou na campanha de Trump entre março e agosto de 2016, havia declarado inocência em todas as acusações. Mais cedo, os jurados, seis homens e seis mulheres, já haviam questionado o juiz T.S. Ellis sobre o que aconteceria caso não chegassem a um veredito sobre uma acusação, e o magistrado disse que eles deveriam continuar tentando. Os 12 estavam no quarto dia de deliberações.

“É seu trabalho concordar a respeito de um veredito se vocês conseguirem”, afirmou Ellis. Cada jurado foi aconselhado a tomar sua própria decisão sobre cada acusação, mas, se uma minoria discordasse, deveria avaliar os argumentos dos demais.

Em nota enviada ao juiz, os jurados também perguntaram sobre o impacto de não concordarem a respeito de todas as acusações. “Se não chegarmos a um consenso sobre uma única acusação, como vamos preencher o formulário do veredito?”, questionaram.

O processo faz parte das investigações envolvendo a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016, vencidas pelo republicano Donald Trump.

O julgamento terá implicações para o futuro da investigação capitaneada por Mueller, chamada em algumas ocasiões de “caça às bruxas” por Trump. 

O republicano sustenta que o procurador não conseguiu achar evidências de que houve um conluio da Rússia com sua campanha.

Nesta terça, o republicano afirmou que a condenação de Manafort não tinha relação com um conluio com a Rússia para influenciar nas eleições de 2016.

“Paul Manafort é um bom homem. Isso não me envolve, mas é uma coisa muito triste. Não tem nada a ver com um conluio com a Rússia”, afirmou a repórteres.

Segundo a acusação, Manafort manteve US$ 65 milhões em contas estrangeiras entre 2010 e 2014 e gastou mais de US$ 15 milhões em compras de luxo no mesmo período, incluindo roupas de grife, imóveis e fazendas.

Os procuradores dizem ainda que o ex-diretor de campanha de Trump mentiu para bancos com o objetivo de obter mais de US$ 20 milhões em empréstimos em 2016 e 2017.

O dinheiro teria sido ocultado das autoridades federais em contas de bancos estrangeiros.

Manafort também não teria pagado impostos sobre US$ 16 milhões que teria ganhado por seu trabalho de consultoria política na Ucrânia.

Ele ainda enfrenta um julgamento marcado para setembro em Washington por lavagem de dinheiro, conspiração, atuar como agente de governo estrangeiro não registrado e outras acusações.

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