Ex-vice-presidente argentino é condenado a prisão por corrupção passiva

Amado Boudou foi o nº2 de Cristina de Kirchner entre 2011 e 2015

O ex-vice-presidente argentino, Amado Boudou, em tribunal em Buenos Aires - Martín Zabala/Xinhua
Buenos Aires | AFP

O ex-vice-presidente argentino Amado Boudou, 55,  foi condenado nesta terça-feira (7) a cinco anos e dez meses de prisão por crimes de corrupção. Cabe apelação da sentença.

Boudou foi considerado culpado pelo delito de "corrupção passiva e negociações incompatíveis com a função público", ao tentar adquirir, por meio de um laranja, a empresa privada Ciccone, fabricante de papel moeda e documentos públicos", segundo o tribunal em Buenos Aires.

Boudou foi vice-presidente entre 2011 e 2015 durante o segundo governo da presidente Cristina Kirchner

Os fatos ocorreram quando Boudou ocupava a pasta de Economia, em 2010. Depois do escândalo, o governo Cristina estatizou a Ciccone. 

O ex-vice também está impedido de ocupar cargos públicos pelo resto da vida.

"Jamais negociei nem eu próprio nem através de terceiros os 70% do pacote acionário da Ciccone. A suposta corrupção não tem vínculo com a prova porque não existiu", disse Boudou em sua defesa no tribunal. 

Também foram condenadas outras cinco pessoas, entre elas o ex-proprietário da empresa,  Nicolás Ciccone, a penas de quatro anos e seis meses de prisão. O empresário poderá cumprir a pena em domicílio devido à sua idade. 

José Carmona, apontado como laranja de Boudou, foi condenado como cúmplice a uma pena de cinco anos e seis meses de prisão.

"É um feito histórico na Argentina que tenha julgado a corrupção em um julgamento oral, aberto e público. Temos de colocar em valor que haja justiça na Argentina e que atua com liberdade", disse Laura Alonso, chefe do Escritório Anticorrupção.

Alonso também destacou que Boudou reecebeu uma "condenação contundente", já que a pena máxima por aquele delito é de seis anos de prisão.

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