Um homem armado com uma faca matou nesta quinta-feira a mãe e a irmã e feriu outra pessoa em uma cidade a 30 km de Paris, antes de ser morto pela polícia, que não informou até o momento se o ataque —reivindicado pela facção Estado Islâmico— foi um ato terrorista.
O agressor foi morto pela polícia quando saiu da casa em que estava entrincheirado, disse o delegado responsável pelo caso na cidade de Trappes.
"O indivíduo foi neutralizado", afirmou em uma rede social o ministro do Interior, Gérard Collomb, que seguiu imediatamente para Trappes, cidade a 30 quilômetros de Paris.
"Meus pensamentos estão com as vítimas e seus parentes", completou Collomb. As forças de segurança investigam para esclarecer as circunstâncias do ataque.
Pouco depois do ataque a milícia extremista Estado Islâmico reivindicou a autoria da ação.
"O autor do atentado na cidade de Trappes é um dos combatentes do Estado Islâmico e executou o ataque em resposta ao apelo para atacar cidadãos dos países da coalizão internacional", afirmou a Amaq, a agência de propaganda da facção.
As autoridades, no entanto, não descartam outras pistas. O criminoso tinha ficha policial desde 2016 por apologia ao terrorismo, segundo uma fonte oficial.
Em função da identidade das vítimas, a polícia também investiga um possível drama familiar.
O Departamento Antiterrorista do Ministério Público de Paris não abriu uma investigação até o momento.
O ataque aconteceu um dia depois da divulgação de uma mensagem de áudio do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr Al Bagdadi, na qual, após um ano de silêncio, pede a seus partidários que continuem com a "jihad" (guerra santa).
A mensagem foi divulgada no momento em que a facção está encurralada na Síria e foi expulsa de todos os centros urbanos do Iraque, após ter controlado grandes faixas de território nos dois países.
A França vive em estado de alerta ante a ameaça extremista desde uma onda de atentados sem precedentes em sua história em 2015. Neste ano foi alvo de dois ataques que deixaram cinco mortos.
Trappes é um subúrbio parisiense pobre. Grande parte de seus 30 mil habitantes têm origem estrangeira e o índice de desemprego na área é duas vezes maior que a média nacional.
Também é conhecida por ser uma das localidades de onde mais jovens (quase 50) saíram para combater ao lado do grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria, informou recentemente à AFP o prefeito da cidade.
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