O ministro do Ambiente francês, Nicolas Hulot, renunciou ao vivo durante uma entrevista a uma rádio nesta terça-feira (28), citando "um acúmulo de decepções" com a política ambiental do presidente Emmanuel Macron.
"Não quero mais mentir para mim mesmo ou criar a ilusão de que estamos enfrentando esses desafios", afirmou Hulot à rádio France Inter. "Portanto, decidi deixar o governo."
O presidente Macron não foi avisado de antemão da decisão.
"Isso pode não o protocolo correto, mas se os tivesse avisado, eles teriam tentado me convencer a ficar mais uma vez", afirmou Hulot.
Hulot foi um dos primeiros ministros a serem anunciados por Macron após sua eleição em maio de 2017, escolhido para capitanear os esforços franceses no combate ao aquecimento global. A pasta também inclui energia.
Mas Macron diluiu uma série de promessas de campanha sobre o ambiente, incluindo o compromisso de reduzir a proporção de energia nuclear na eletricidade em 50% até 2025 e de aumentar o uso de energia renovável.
Benjamin Griveaux, porta-voz do governo, expressou surpresa com a saída de Hulot, que o governo "lamentou".
"Não entendo por que ele está saindo quando tivemos tantos sucessos no primeiro ano que são crédito dele", afirmou à BFM Television. "Ele não venceu todas as batalhas, mas é assim que funciona com ministros."
"É um golpe do qual nos recuperaremos", afirmou Griveaux.
O diretor do Greenpeace France, Jean-Francois Julliard, disse que enquanto Macron "fez alguns bons discursos" e confrontou o presidente dos EUA, Donald Trump, na questão da mudança climática, ele "nunca transformou essas palavras em ações concretas."
"Não há uma política de transição energética na França", disse.
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