Resgate encontra mais quatro corpos sob escombros de ponte na Itália

Missa fúnebre e jogos adiados marcam o dia em Gênova, que contabiliza 43 vítimas do acidente

O presidente Sergio Mattarella, em pé à direita, durante missa fúnebre em Gênova
O presidente Sergio Mattarella, em pé à direita, durante missa fúnebre em Gênova - Gregorio Borgia/Associated Press

Subiu para 43 o número de mortos no desabamento da ponte Morandi, em Gênova (Itália), na última terça-feira (14).

Enquanto a contagem oficial do governo contabilizava nesta sexta-feira (17) 38 mortos, os bombeiros já falavam em pelo menos 42 mortos e 14 feridos —a 43ª vítima é um homem que tinha ficado ferido na queda e estava no hospital, mas faleceu neste sábado. 

A diferença entre a conta do governo e a dos bombeiros referia-se aos corpos de um casal italiano e sua filha de nove anos, que foram encontrados dentro do carro, esmagado sob um grande bloco de concreto. De acordo com parentes, a família, do norte da Itália, dirigia-se para pegar uma balsa para a ilha de Elba, onde passaria as férias.

Neste sábado (18), a rádio estatal italiana RAI informou ainda descoberta do corpo de um homem de 30 anos, sob os escombros –a identidade da vítima não foi revelada. As equipes de resgate acreditam que esta seja a última vítima do acidente.

Logo após esse informe, o presidente da Itália,  Sergio Mattarella, voltou a cobrar garantias de que todas as estradas do país estejam seguras. Ele se pronunciou depois participar de missa fúnebre que reuniu familiares e amigos de 19 mortos, num "momento de tristeza compartilhada de dor por toda a Itália unida neste estado de espírito".

Além do presidente e do primeiro-ministro Giuseppe Conte, assistiram à missa jogadores e dirigentes das duas maiores equipes de futebol da cidade, Gênova e Sampdoria. Os jogos dos dois times neste final de semana foram adiados, em respeito aos mortos.

Investigação

O governo da Itália iniciou nesta sexta (17) os procedimentos para revogar a concessão de operação da Autostrade per l’Italia, empresa responsável pela manutenção da estrada onde ficava a ponte Morandi.

O acidente é alvo de inquéritos da polícia, da Justiça e do Executivo federal. Os promotores dizem que estão concentrando suas investigações em possíveis falhas de projeto ou manutenção inadequada da ponte da rodovia, que foi concluída em 1967.

"Eu também já viajei por essa ponte muitas vezes, mesmo recentemente", disse Mattarella, exigindo que as autoridades se comprometam a cumprir seu "dever de garantir a segurança de nossas estradas".

O principal executivo da concessionária,  Giovanni Castellucci, disse neste sábado que a empresa quer reconstruir a ponte e que vai ajudar a cidade a se reerguer, mas se negou a pedir desculpas pelo caso. 

"Desculpas e responsabilidades são assuntos que se conectam. Se você se desculpa, o sentimento é que é responsável", afirmou ele em entrevista coletiva em Gênova. 

O executivo afirmou que a companhia separou 500 milhões de euros (R$ 2,24 bilhões) para ajudar na recuperação do caso. O dinheiro será usado, entre outras coisas, para reconstruir a ponte que caiu e para pagar indenizações para a família das vítimas.  

Castellucci afirmou que o trabalho para fazer uma nova ponte podem começar assim que a Justiça permitir e que ela poderá ficar pronta em oito meses. 

O governo italiano, porém, indiciou que não pretende permitir que a empresa continua atuando no local. 

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