Economia, imigração e a investigação da ingerência russa nas presidenciais de 2016. Estes são, segundo o Washington Post, os assuntos sobre os quais Donald Trump mais mente.
O diário americano garante que o número de falsidades que Trump vem aumentando, somando 4.229 desde o início do mandato, em janeiro de 2017.
Quase mil destas mentiras ou inverdades foram ditas nos últimos dois meses. O que, sublinha o Post, dá 7,6 mentiras por dia, em média, Nos primeiros 100 dias de mandato a média era de 4,9 por dia.
Desde o dia em que Trump chegou à Casa Branca que o jornal acompanha e registra todas as mentiras ou inverdades proferidas pelo presidente num gráfico interativo criado pelos jornalistas Leslie Shapiro e Kaeti Hink.
O recorde de mentiras num só dia foi batido a 5 de julho, quando o fact checking —a verificação dos factos do Post— registrou 79 fugas à verdade por parte de Trump.
Mas nem todas as mentiras são novas, afinal Trump é conhecido por repetir as mesmas afirmações vezes sem conta, seja no Twitter, a rede social que mais usa para comunicar, ou em comícios e conferências de imprensa. Há 150 afirmações falsas, garante o mesmo jornal, que o presidente repetiu pelo menos três vezes.
Nunca recuar na mentira
Em questões econômicas, Trump gosta de afirmar que a queda do desemprego para valores que andam nos 4% é mérito seu e das decisões que tomou no governo, mas na verdade esta é uma tendência que vem desde os mandatos de Barack Obama.
Mas é a imigração o assunto que mais domina as mentiras de Trump. Nos últimos cinco meses, o presidente garantiu por exemplo por mais de 30 vezes que o muro que prometeu erguer na fronteira entre os EUA e o México está sendo construído, quando na verdade o Congresso lhe negou os fundos necessários para tal.
Quando ao inquérito à ingerência russa nas presidenciais, Trump tem feito várias declarações controversas: desde chamar-lhe "caça às bruxas" a compará-la com o Watergate, o escândalo que levou Richard Nixon a demitir-se.
Mas há mais. Desde garantir que fez o maior corte de impostos na história da América, até garantir que os EUA pagam 90% dos custos da Otan (a aliança militar ocidental).
Nada de espantar quando meses antes de Trump ser eleito Glenn Kessler, o checador de fatos do Post conhecido por atribuir Pinóquios aos políticos mais mentirosos, dizia numa vídeo-conferência com jornalistas portugueses que o milionário era o único candidato que ao ser apanhado numa mentira, nunca recuava.
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