Atos pró e antifascistas tomam ruas do leste da Alemanha

Para governo, população alemã tem dever histórico de combater fascismo

Chemnitz (Alemanha) | Associated Press e Reuters

Milhares de pessoas tomaram as ruas de Chemnitz, no leste da Alemanha, neste sábado (1º), em atos pró e antifascistas. 

Protestos da extrema-direita começaram na cidade no fim de semana passado depois da morte de um alemão, supostamente esfaqueado por imigrantes da Síria e do Iraque.

Movimentos antifascistas e partidos de esquerda reagiram, colocando em teste a capacidade das autoridades de manter a ordem depois que cenas de “justiceiros” perseguindo estrangeiros pela cidade e de skinheads fazendo a saudação nazista chocaram a Alemanha

A polícia dispersou a manifestação pouco mais de uma hora depois do início, citando preocupação com a segurança. Manifestantes gritavam e vaiavam os policiais que interromperam o protesto, mas não houve violência nem vandalismo. 

O ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, disse neste sábado em uma rede social que os alemães têm um dever especial de se posicionar contra o fascismo. “Quando pessoas estão novamente vagando por nossas ruas com a saudação de Hitler, nossa história exige que nos posicionemos pela democracia.” 

"Não há desculpa para a violência", disse o ministro do Interior, Horst Seehofer, cujo posicionamento anti-imigração gera tensões dentro do governo da chanceler Angela Merkel. "Precisamos de um Estado forte e vamos fazer de tudo politicamente para superar a polarização e a divisão da nossa sociedade."

Mais de 1.200 policiais foram destacados para observar os protestos em Chemnitz, cidade da Saxônia que se polarizou em torno da política de imigração de Merkel.

Com 4 mil participantes, segundo a polícia, as manifestações antifascistas começaram com uma marcha com o lema “Coração em vez de Ódio”. 

O ponto de partida dos manifestantes foi a estátua de Karl Marx no centro da cidade, que durante a era comunista era conhecida como Karl-Marx-Stadt. 

Atos convocados pelos partidos Alternativa para a Alemanha (direita) e Pegida (neonazista) homenagearam o homem esfaqueado e reuniram 4,5 mil pessoas, disse a polícia.

“Quem foi a vítima?”, perguntou uma mulher no ato antifascista. “A extrema-direita está explorando sua morte, dizendo que ‘a Alemanha foi assassinada’. Mas ele era um antifascista, e as pessoas de fora da cidade não sabem disso.”

O vazamento da prisão de um sírio e de iraquiano pelo esfaqueamento para membros do Pegida levantou questionamentos sobre se a polícia do estado da Saxônia simpatiza com os extremistas. 

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.