Furacão Florence causa cinco mortes na Carolina do Norte, nos EUA

Grupo de 150 pessoas está isolado devido às inundações, que deixaram 720 mil sem energia

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Wilmington (Carolina do Norte) | AFP e Reuters

O centro do furacão Florence atingiu a costa leste dos Estados Unidos nesta sexta-feira (14), provocando chuvas, ventos e enchentes na Carolina do Norte.

O estado já registra cinco mortes relacionadas ao furacão. Uma mãe e seu bebê, atingidos pela queda de uma árvore em Wilmington, foram as primeiras mortes registradas pela passagem do furacão. 

Uma mulher morreu de ataque cardíaco no condado de Pender —equipes de emergência demoraram a socorrê-la porque as ruas estavam bloqueadas por árvores caídas.

No condado de Lenoir, um homem de 78 anos tentando instalar um gerador e outra atingida pelos fortes ventos enquanto vigiava seus cachorros.

A chegada da tempestade aconteceu por volta das 7h15 locais (8h15 no horário de Brasília) na cidade de Wrightsville Beach, mas parte do estado já enfrenta inundações devido às chuvas que atingem a região desde quinta (13) e que antecederam a chegada do centro do furacão 

O presidente Donald Trump afirmou que visitará na próxima semana as áreas afetadas. "O presidente tem previsão de viajar para as áreas afetadas pela tormenta no princípio ou no meio da próxima semana, assim que fique claro que sua viagem não vai atrapalhar o trabalho de resgate", disse Sarah Sanders, porta-voz da Casa Banca. 

Com ventos de até 150km/h, o furacão foi rebaixado para a categoria 1 (em uma escala que vai até 5), mas as autoridades alertam que ele segue perigoso

"Só porque a velocidade do vento diminuiu, a intensidade da tempestade baixou para dois, por favor não baixem a guarda", disse Brock Long, diretor da Agência Federal para o Manejo de Emergências (Fema). 

Segundo Cooper, 12 mil pessoas já procuram um dos 126 abrigos do estado.

Brandon Locklear, do Serviço Nacional de Meteorologia, previu que vai ocorrer o equivalente a oito meses de chuva em dois ou três dias. A previsão é de um aumento no nível da água entre 1,8 metros e 2,7 metros.

Em todo o estado, 900 mil imóveis estão sem energia elétrica. As empresas afirmaram que podem demorar até uma semana para conseguir reestabelecer o serviço após a passagem do furacão. 

As ordens de retirada alcançam cerca de 1,7 milhão de pessoas nas Carolinas do Norte e do Sul e na Virgínia, em uma região onde moram 10 milhões. 

A parede de tempestades vinda do Atlântico fez com que a cidade de New Bern, com cerca de 30 mil habitantes, entrasse em colapso, afirmou o governo da Carolina do Norte, Roy Cooper. 

"Vai piorar", afirmou Cooper em Raleigh. "Para aqueles ainda no caminho do furacão, se podem me ouvir, por favor se abriguem."

Segundo o governador, o Florence vai continuar atacando o estado "por dias". 

Cerca de 150 pessoas ficaram presas esperando resgate em New Bern, que ficou inundada após o rio Neuse, que passa pela região, subir três metros, de acordo com o Centro Nacional de furacões (NHC, na sigla em inglês). 

"Alguém pode nos ajudar, nosso carro está submerso, assim como nossa casa. Estamos presos no sótão", escreveu um dos moradores nas redes sociais. Cerca de 30 mil pessoas moram na cidade, mas a maior parte conseguiu deixar o local em segurança, afirmaram as autoridades.  

"Amanhã pode ser muito tarde. Não esperem o último minuto", assinalou Brenda Bethune, prefeita de Myrtle Beach.

O furacão será "como um direto de Mike Tyson na costa das Carolinas", declarou o funcionário da Fema Jeff Byard, que também advertiu sobre os cortes de energia, o fechamento das estradas, os danos à infraestrutura e os riscos para as pessoas. 

Cinco estados declararam estado de emergência: Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Maryland e Virgínia, além da capital, Washington. 

"É imperativo que todos sigam as ordens locais de retirada ", disse o presidente Donald Trump, que pediu que as pessoas que "não brinquem" com este furacão.

Os voluntários que se organizaram após as inundações da Luisiana em 2016 viajaram para a costa leste dos Estados Unidos para atender as possíveis vítimas do furacão.

Cerca de ceme pessoas de todo o país viajaram para a Carolina do Sul em nome da organização Cajun Navy, que recolhe os pedidos de auxílio e envia aos voluntários ao terreno a prover ajuda.

 
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