Uma intervenção militar estrangeira na Venezuela liderada pelos Estados Unidos "não é o caminho" para resolver a grave crise gerada pelo êxodo de milhares de pessoas, afirmou o presidente colombiano, Iván Duque, nesta segunda-feira (3).
Duque, que vai se reunir com o presidente americano Donald Trump no final de novembro, defendeu uma estratégia que "isole diplomaticamente o governo de Nicolás Maduro" e permita aos venezuelanos uma transição democrática.
"Acredito que os Estados Unidos sejam os primeiros a entender que uma intervenção militar de caráter unilateral não é o caminho", enfatizou Duque, a quase um mês de ter assumido o poder com um discurso muito crítico contra Maduro.
Em uma entrevista à Rádio Caracol, o colombiano acrescentou que a "pressão internacional" tem que levar "o próprio povo venezuelano, incluindo suas instituições —ou o que resta delas— a permitir essa transição" para um novo governo.
Principal destino da migração venezuelana, a Colômbia lidera os esforços diplomáticos na região para pressionar Maduro por meio de uma série de medidas. Entre elas estão a pressão pela convocação de eleições livres, críticas ao poder da Assembleia Constituinte e denúncias contra o governo venezeulano, classificado como uma ditadura..
A crise econômica que atinge a Venezuela, com previsão de inflação anual de 1.000.000% segundo o FMI e desabastecimento generalizado, levou milhares de pessoas a migrarem do país para outros países da América do Sul.
Cerca de 2,3 milhões de venezuelanos (7,5% da população de 30,6 milhões) vivem no exterior e, deste total, 1,6 milhão deixou o país desde 2015, quando a economia piorou.
O tema da Venezuela estará sobre a mesa no encontro de Duque e Trump. O presidente americano já mencionou a opção de intervir militarmente na Venezuela.
"As intervenções militares, sobretudo hoje, no contexto da América Latina, não têm qualquer tipo de apoio e não deve ser o caminho", insistiu Duque.
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