Padres da Igreja Católica abusaram sexualmente de milhares de crianças durante um período de 70 anos, afirmou a revista Der Spiegel nesta quarta-feira (12), citando estudo ordenado pela conferência episcopal alemã.
O estudo, conduzido por três universidades alemãs, concluiu que 1.670 religiosos e padres abusaram de 3.677 menores, com idade não superior a 13 anos e a maioria do sexo masculino, entre os anos 1946 e 2014.
O bispo de Trier, Stephan Ackerman, disse em nome da Conferência Episcopal alemã que a igreja está ciente da extensão dos abusos apontados pelo estudo.
"É deprimente e uma vergonha", afirmou em nota. O Vaticano não se pronunciou.
Nesta quarta, o papa Francisco convocou os secretários-gerais das conferências episcopais do mundo todo para uma reunião extraordinária na qual será discutida a proteção a menores contra abusos sexuais. O encontro será em fevereiro.
Mais de 38 mil arquivos de 27 dioceses ao redor da Alemanha foram examinados como parte da investigação. 1 em cada 6 casos envolveu alguma forma de estupro e três quartos das vítimas sofreram abusos dentro de uma igreja ou no âmbito de uma relação pastoral com o acusado.
Em muitos casos, as evidências foram destruídas ou manipuladas, a gravidade dos casos foram "minimizados" e os religiosos acusados transferidos de paróquia sem que a nova localidade fosse alertada sobre eles.
O estudo aponta ainda que 4% dos acusados ainda trabalham e que apenas um terço deles sofreram algum tipo de sanção por parte da igreja.
O documento sugere ainda que a igreja examine a obrigação do celibato e a ordenação de homens gays como "fatores de risco".
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