A revista alemã Stern expôs pela primeira vez, neste sábado (15), os diários falsos de Adolf Hitler, que em maio de 1983 colocaram a publicação no meio de um dos maiores escândalos da história da imprensa alemã. Os diários eram falsos, mas foram apresentados pela revista —que não sabia disso— como verdadeiros.
A exposição reuniu sete dos 62 diários produzidos pelo falsário Konrad Kujau e adquiridos pela revista por 9,3 milhões de marcos alemães em valores da época (cerca de € 8,5 milhões hoje), além de objetos relacionados, como o ferro de passar roupa que Kujau usou para "envelhecer" o papel.
"Estamos expondo a nossa maior ferida", afirmou o diretor de redação da Stern, Christian Krug, às cerca de mil pessoas que foram à sede da editora Gruner+Jahr, em Hamburgo, no chamado Dia das Portas Abertas, data em que instituições alemãs abrem suas portas ao público e apresentam o seu trabalho.
Já o vice-diretor de redação, Thomas Ammann, chamou os cadernos de "a mãe de todos os fake news".
Os supostos diários de Hitler causaram sensação quando, em abril de 1983, a Stern passou a publicar trechos deles, mas logo viraram um escândalo.
A fraude foi desmascarada já em maio pelo Departamento Federal de Investigações (BKA), a polícia investigativa da Alemanha.
Kujau era um falsário conhecido pela polícia, e teria bastado uma ligação telefônica para que a redação da Stern evitasse o escândalo.
Alguns diários foram doados pela revista para museus e instituições científicas, que já os haviam expostos. Esta foi a primeira vez que a própria editora exibiu alguns dos cadernos.
Krug disse que os cadernos que ainda estão em posse da editora serão expostos em eventos especiais a partir de agora.
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