O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (26) aos jornalistas na ONU que "todas as opções" estão sobre a mesa na Venezuela.
"Todas as opções estão na mesa, todas. As fortes e as menos fortes", disse Trump à margem da Assembleia Geral da ONU.
"E vocês sabem o que quero dizer com forte", completou, em uma alusão a uma possível intervenção militar americana.
"Eu só quero a Venezuela endireitada. Quero que as pessoas tenham segurança. Vamos cuidar da Venezuela. O que acontece na Venezuela é uma vergonha", completou.
Em resposta, a Venezuela acusou Trump de promover uma "insurreição militar" no país.
"A Venezuela manifesta sua mais enérgica rejeição diante das declarações belicistas e intervencionistas emitidas pelo presidente dos EUA, orientadas a promover uma insurreição militar no país", afirmou a Chancelaria venezuelana em um comunicado.
O presidente americano, no entanto, afirmou que estaria disposto a se reunir com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, se este desejar e viajar a Nova York.
"Certamente estou aberto a isto. Eu estaria disposto a me reunir com qualquer pessoa", respondeu ao ser questionado sobre um possível encontro.
Na terça-feira, Trump indicou que Maduro poderia ser derrubado "rapidamente" se os militares venezuelanos desejassem. Também anunciou sanções contra sua esposa, a primeira-dama Cilia Flores, e contra três de seus colaboradores mais próximos.
"Essas declarações não representam um elemento isolado, dado que emergem em um contexto de sucessivas ameaças de intervenção militar na Venezuela e sob o incremento da presença militar americana na região, tendentes a criar um conflito regional de proporções insuspeitas", afirmou ainda a nota da Chancelaria venezuelana.
No ano passado, Trump disse que o governo dos EUA tinha uma "opção militar" na Venezuela, uma declaração que foi condenada por aliados americanos na América Latina.
Após duas décadas de governos chavistas a economia venezuelana está à beira do colapso: o país com maiores reservas de petróleo do mundo enfrenta uma escassez de alimentos e remédios que provocou o exílio de 1,6 milhão de venezuelanos desde 2015. De acordo com o FMI, a inflação no país pode alcançar 1.000.000% este ano.
O jornal New York Times informou neste mês que diplomatas americanos se reuniram três vezes em segredo com militares venezuelanos que planejavam um golpe contra Maduro.
As reuniões incluíram um ex-comandante militar venezuelano que está na lista de sanções do governo americano, segundo o jornal.
Mas Washington não concedeu nenhum apoio material aos dissidentes e os planos de golpe foram abandonados após a recente detenção de dezenas de militares rebeldes, de acordo com o NYT.
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