Descrição de chapéu Governo Trump

Obama volta a fazer campanha e diz que Trump é ameaça à democracia

Ex-presidente acusou republicano de se aproximar demais da Rússia e de apoiar supremacistas

O ex-presidente dos EUA Barack Obama fala a estudantes na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign
O ex-presidente dos EUA Barack Obama fala a estudantes na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign - Scott Olson/Getty Images/AFP
Urbana (EUA) | Reuters, Associated Press e The New York Times

Barack Obama, ex-presidente democrata dos Estados Unidos, atacou nesta sexta-feira (7) seu sucessor Donald Trump em sua estreia na campanha para as eleições legislativas de novembro.

No início de uma espécie de turnê em que dará apoio a candidatos ao Congresso —seu partido tenta retomar a maioria na Câmara e no Senado, hoje dominadas pelos republicanos—, Obama disse que Trump era uma "ameaça à democracia" e acusou o republicano de usar o medo, de se aproximar demais da Rússia e de dar sustentação a movimentos supremacistas brancos.

Falando a jovens na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, Obama também os encorajou a ir às urnas (o voto não é obrigatório nos EUA). 

"Se você der uma olhada nas manchetes recentes vai ver que o momento realmente é diferente. O que está em jogo é bem maior. As consequências de não agir são mais graves. Isso não é normal", disse o democrata.

"Em dois meses temos a chance de restaurar alguma aparência de sanidade à nossa política. Só existe um contrapeso aos abusos de poder: você e seu voto", completou.

Obama vinha frustrando alguns democratas por ter mantido um perfil discreto e pouco ter falado em público desde o fim de seu governo, em janeiro de 2017. 

Nesta sexta, ele disse que os republicanos parecem não se preocupar em defender a democracia nem em enfrentar as decisões de Trump. "Isso não é ser conservador, não é normal. É radical. É uma visão que diz que a proteção do nosso poder e daqueles que nos apoiam é tudo que importa, mesmo se isso prejudicar o país", disse o democrata.

As eleições legislativas de novembro, como costuma acontecer com o pleito que acontece perto da metade do mandato dos presidentes americanos, serão uma espécie de referendo do governo Trump.

Bem visto por parte dos conservadores por ter mantido promessas de campanha como cortar impostos e desregular setores, o republicano vem tendo sua imagem prejudicada pelas investigações sobre os contatos de sua campanha com a Rússia e, em especial nos últimos dias, por revelações do livro do jornalista Bob Woodward e de artigo anônimo no The New York Times sobre problemas na Casa Branca e na forma como Trump governa.

Sobre o artigo anônimo, em que um membro do primeiro escalão do governo Trump afirma que assessores trabalham secretamente para evitar decisões impensadas que prejudicariam o país, Obama disse que "a ideia de que tudo vai ficar OK porque tem gente dentro da Casa Branca que secretamente não está seguindo as ordens do presidente, isso não é um contrapeso". "Estou falando sério. Não é assim que era para a democracia funcionar. Eles não estão nos fazendo um favor ao promover os 90% de coisas loucas que estão saindo dessa Casa Branca e depois dizendo 'não se preocupe, estamos evitando os outros 10%'", afirmou Obama.

O democrata também acusou Trump de não enfrentar racistas. "Nós devemos condenar sem rodeios a discriminação. E com certeza devemos enfrentar claramente e sem ressalvas quem simpatiza com nazistas. Quão difícil pode ser, dizer que nazistas são ruins?"

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