Descrição de chapéu Governo Trump

Trump questiona credibilidade de professora que acusa juiz de ataque sexual

Para presidente, Brett Kavanaugh é alvo de ataques da esquerda radical

Washington

O presidente americano, Donald Trump, aumentou o tom nesta sexta (21) sobre a acusação de ataque sexual que pesa contra Brett Kavanaugh, seu indicado à Suprema Corte americana, questionando a credibilidade do relato da vítima, a professora Christine Blasey Ford.

"Eu não tenho dúvidas de que, se o ataque contra a Dra. Ford tivesse sido tão grave quanto ela diz, as acusações teriam sido imediatamente registradas junto às autoridades da lei por ela ou por seus amados pais", escreveu em uma rede social nesta sexta (21).

"Eu peço que ela mostre esses documentos para que a gente saiba a data, a hora e o local [do incidente]!"

Ativistas protestam contra Brett Kavanaugh no Capitólio, em Washington - Brendan Smialowski - 20.set.18/AFP

Até então, o presidente havia evitado atacar diretamente a mulher. Apesar de ter dito que era "muito difícil imaginar" que algo tivesse ocorrido entre os dois e que as acusações eram "injustas", reconheceu que Ford deveria ser ouvida sobre o incidente.

O republicano também voltou a exaltar Kavanaugh, dizendo que é um "ótimo homem, com uma reputação impecável, que está sendo atacado por políticos da esquerda radical que não querem saber as respostas, apenas destruir e atrasar [o processo de nomeação]". "Por que ninguém chamou o FBI 36 anos atrás?", questionou.

A audiência no Senado para ouvir Kavanaugh e Ford está marcada para a próxima segunda (24). Uma das advogadas da vítima, Debra Katz, afirmou nesta quinta (20) que "não é possível" que ela compareça, mas que poderia testemunhar mais adiante, na mesma semana.

Katz afirmou que a mulher tem recebido ameaças de morte, que foram comunicadas ao FBI, e que ela deseja testemunhar, desde que sejam acordados termos "justos e que garantam a sua segurança".

Entre eles, a exigência de que as perguntas sobre o incidente sejam feita pelos senadores do Comitê Judiciário, não por outros, e que Kavanaugh não esteja presente na sala de audiência enquanto ela fala.

No início da semana, Ford havia pedido que o FBI investigasse as suas alegações antes de testemunhar, para que os senadores estivessem "totalmente informados antes de conduzir qualquer audiência ou tomar qualquer decisão". Mas a declaração desta quinta sinaliza que ela pode estar aberta a abrir mão disso.

O ataque sexual por parte de Kavanaugh, na época com 17 anos, teria ocorrido no condado de Montgomery, em Maryland, durante um encontro de adolescentes.

Ford, então com 15 anos, afirma que ele a forçou a deitar em uma cama de costas e a bolinou, esfregando seu corpo contra o dela. Também teria tentado tirar seu maiô e as roupas que vestia por cima.Quando a então adolescente tentou gritar, ele colocou a mão em sua boca, segundo ela, que conseguiu escapar após um amigo dele, que assistia a tudo, pular sobre eles.

Ford só teria falado a alguém do ataque em 2012, enquanto fazia terapia de casal. Em julho, por meio de uma carta confidencial, a professora relatou o episódio à senadora democrata Dianne Feinstein, do Comitê Judiciário do Senado. Decidiu vir a público após a história ser divulgada sem seu consentimento.

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