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Ato contra intolerância reúne milhares em Berlim

Protesto contra extrema direita e por sociedade sem preconceitos atrai 240 mil, diz organização

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DW

"Não nos deixemos dividir, muito menos por populistas de direita", diz ministro alemão, sobre a ascensão do extremismo.Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas do centro de Berlim neste sábado (13) protestar contra o racismo e a favor de uma sociedade mais tolerante.

Os organizadores afirmaram que cerca de 240 mil pessoas compareceram à manifestação, que é apoiada por numerosas organizações, associações, partidos e personalidades alemãs de destaque.

O ato foi convocado pela aliança Unteilbar (indivisível, em alemão), sob o lema "Por uma sociedade aberta e livre: solidariedade em vez de exclusão". Entre as metas da passeata está chamar a atenção para o perigo da ascensão da extrema direita, combater a discriminação racial e a xenofobia, além de protestar contra a morte de imigrantes no Mediterrâneo e cortes nas políticas sociais.

 

O Brasil também foi lembrado durante a marcha. Participantes levaram cartazes e faixas com dizeres de protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Um placar trazia estampada, em inglês, a frase "Não use seu voto para matar direitos", acompanhada da hashtag #Elenão.

Também foi realizado um ato de capoeiristas em homenagem ao mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, assassinado na segunda-feira em Salvador, supostamente por um seguidor de Bolsonaro.

Em redes sociais, brasileiros convocaram alemães e conterrâneos para se juntarem à passeata em protesto pela "democracia no Brasil", a cerca de duas semanas do segundo turno das eleições, no qual Bolsonaro disputa a Presidência contra Fernando Haddad (PT).

O protesto começou na praça Alexanderplatz e seguiu por ruas e praças do centro de Berlim, como a Potsdamer Platz, o Portão de Brandemburgo, até chegar na Coluna da Vitória, onde era previsto um ato de encerramento incluindo discursos e shows de música.

O ministro alemão do Exterior, o social-democrata Heiko Maas, qualificou como "uma mensagem extraordinária que tantas pessoas saiam à rua e mostrem uma postura tão clara" de que a sociedade é indivisível.

"Não nos deixaremos dividir, muito menos pelos populistas de direita", disse o político, em entrevista à mídia alemã.

Ele afirmou que a maioria das pessoas na Alemanha é a favor da tolerância. "Um novo nacionalismo não soluciona nem um só problema", acrescentou Maas. Ele ressaltou que a diversidade numa sociedade em que "são respeitados origem, cor de pele, religião e modo de vida é um enriquecimento, e não uma ameaça".

Entre os que também anunciaram apoio à manifestação estão organizações como a Anistia Internacional, o Conselho Central dos Muçulmanos, grupos locais de ajuda a refugiados e personalidades alemãs como o grupo de rock Die Ärzte e o cantor pop Herbert Grönemeyer, que participam do show de encerramento do protesto. Também compareceram ao ato políticos do Partido Verde e da sigla A Esquerda.

O sentimento anti-imigrantes tem sido uma preocupação na Alemanha, assim como a crescente popularidade do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), após a chegada de mais de um milhão de refugiados ao país desde o início da crise migratória europeia, em 2015.

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