Descrição de chapéu Governo Trump

EUA vão negar visto diplomático a companheiros gays de diplomatas e funcionários da ONU

Decisão, que entrou em vigor na segunda (1º), reverte regras estabelecidas em 2009

São Paulo

Os EUA anunciaram que vão negar vistos diplomáticos para companheiros gays de diplomatas estrangeiros e funcionários da ONU, informou a CNN.

A mudança vale desde segunda-feira (1º), e os companheiros que estejam hoje nos EUA terão até 31 de dezembro para deixar o país, se casar ou mudar o tipo de visto.

Na prática, serão afetados embaixadores, funcionários de embaixadas e consulados, militares estrangeiros lotados no país como adidos ou em bases militares americanas e outros, segundo a CNN.

O anúncio implica uma mudança de regras introduzidas em 2009. 

Passageiros passam por controle de segurança no aeroporto de Miami, nos EUA - Joe Raedle - 24.out.17/Getty Images/AFP

Segundo memorando da ONU divulgado na segunda com as novas regras, "a partir de 1º de outubro de 2018, companheiros gays que acompanhem ou queiram se juntar a funcionários da ONU devem anexar prova de casamento para ser elegíveis para um visto G-4 ou devem buscar uma mudança de status." 

O visto G-4 é dado a funcionários de organizações internacionais e seus familiares próximos. 

Autoridades ouvidas pela CNN disseram que a mudança foi feita para equiparar os requisitos para casais heterossexuais e homossexuais.

"A mudança na política garante tratamento consistente entre parceiros do sexo oposto e do mesmo sexo, ao exigir que os parceiros do mesmo sexo, como os de sexo oposto, devem se casar para estarem qualificados a obter vistos diplomáticos derivativos", disse uma fonte do Departamento de Estado, segundo o qual uma quantidade limitada de pessoas será afetada. 

Autoridades afirmaram que a nova política também se alinha à política aplicada a diplomatas americanos no exterior.

A medida foi criticada pela Human Rights Campaign, a maior organização civil pelos direitos LGBTQ nos EUA. "Esse é um ataque excessivo e desnecessário a diplomatas LGBTQ do mundo todo e reflete a hostilidade da administração Trump-Pence às pessoas LGBTQ. A Casa Branca deve voltar imediatamente a uma política inclusiva e que leve em conta os perigos enfrentados por diplomatas estrangeiros LGBTQ, funcionários da ONU e suas famílias", disse David Stacy, diretor de assuntos governamentais da ONG.

“É uma política ilegal e desnecessária que só expõe as pessoas LGBTQ ao preconceito, à discriminação e até à prisão em seus países de origem, sob a inocente aparência de alcançar a igualdade nos EUA”, disse Zeke Stokes, vice-presidente de programas da Aliança Gay e Lésbica contra a Difamação (GLAAD, na sigla em inglês).

Stokes acusa o secretário de Estado, Mike Pompeo, de discriminar as pessoas LGBTQ e cita como exemplo a ligação dele com o Conselho de Pesquisa da Família, associação evangélica contrária aos direitos das minorias sexuais.

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