Governo dos EUA investiga abusos sexuais de padres a menores, diz agência

Departamento de Justiça abriu investigação sobre denúncias na Pensilvânia

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Nova York

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação sobre os abusos sexuais contra menores cometidos por padres e acobertados pela Igreja Católica na Pensilvânia, de acordo com informações da agência de notícias Associated Press divulgadas nesta quinta (18).

Duas pessoas a par das investigações afirmam que procuradores federais entregaram intimações em dioceses no estado em busca de documentos e depoimentos de líderes da igreja.

A notícia vem a público dois dias depois de a Arquidiocese de Washington divulgar uma lista de membros acusados de abusos sexuais contra crianças e adolescentes.

Titular da arquidiocese até a última sexta (12), quando teve sua renúncia aceita, o cardeal Donald Wuerl foi citado repetidas vezes como responsável por encobrir casos de pedofilia ocorridos durante seu ministério anterior, na Pensilvânia.

No estado, um relatório divulgado em agosto pela Suprema Corte acusou 301 “padres predadores” de crimes sexuais contra mais de mil menores, em abusos acobertados ao longo de sete décadas pela Igreja Católica.

Segundo o procurador do estado, Josh Shapiro, há evidências de que o Vaticano tinha conhecimento dos abusos sexuais, embora não seja possível afirmar que o papa Francisco estivesse ciente do acobertamento.

Por causa do tempo transcorrido, apenas dois padres foram acusados dos crimes revelados pelo relatório.

Em setembro, a Igreja Católica anunciou que o papa Francisco chamou os líderes das conferências episcopais de todo o mundo para reunião entre 21 a 24 de fevereiro no Vaticano sobre a proteção de crianças e adolescentes contra abusos sexuais de religiosos.

O papa está sob forte ataque desde que os casos vieram à tona. A voz mais feroz contra a atuação do pontífice tem sido o arcebispo Carlo Viganò, ex-núncio apostólico (equivalente a embaixador) do Vaticano nos EUA.

Em carta publicada no final de agosto, ele acusou Francisco de acobertar desde 2013 relatos de abuso sexual atribuídas ao ex-cardeal Theodore McCarrick. Desde então, o papa tem preferido se manter silêncio diante das acusações.

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