Justiça do Peru reverte prisão preventiva de Keiko Fujimori no caso Odebrecht

Magistrado que a soltou impede que juiz responsável por escândalo determine nova captura

Keiko aparece de cabelo preso e boca aberta
A líder opositora peruana Keiko Fujimori sorri após um juiz ordenar sua soltura em uma investigação por lavagem de dinheiro no caso Odebrecht - Mariana Bazo - 17.out.18/Reuters
São Paulo

A Justiça do Peru ordenou nesta quarta (17) a libertação de Keiko Fujimori, líder opositora do país e filha mais velha do ex-líder Alberto Fujimori, que havia sido presa uma semana atrás sob a acusação de lavagem de dinheiro.

Keiko é investigada por ter recebido US$ 1,2 milhão de doação em caixa dois da construtora brasileira Odebrecht para sua campanha à Presidência em 2011, quando foi derrotada por Ollanta Humala.

No mesmo pleito, a empreiteira também teria fornecido dinheiro para o esquerdista Humala —que ficou em prisão preventiva entre agosto de 2017 e abril deste ano devido à acusação. A empresa admite ter pago US$ 29 milhões de propina a políticos peruanos.

No caso de Keiko, porém, o juiz César Sahuanay considerou não haver fundamentação adequada na ordem de prisão ditada pelo juiz Richard Concepción Carhuancho, responsável pelos casos ligados ao escândalo da empreiteira. 

O magistrado desestimou o pedido do colega por considerar que ele copiou e colou as acusações do Ministério Público e usou a expressão "conhecimento privado" para justificar a detenção.

"Então se constata que não satisfez o padrão que se exige para a detenção preventiva judicial", disse Sahuanay.

O magistrado também impediu Richard Concepción Carhuancho de ditar uma nova detenção de Keiko, cabendo a outros juízes fazê-lo.

Na audiência, a líder fujimorista se defendeu ao dizer que não havia motivo para prendê-la e que as acusações contra ela são injustas e arbitrárias.

"Foi uma emboscada do Ministério Público [ela foi presa na sede da Procuradoria]. Só o fato de eu ter ido ao prédio desatou essa acusação", disse. “Meu partido não é uma organização criminosa”.

Na ocasião, Carhuancho havia determinado a detenção de Keiko devido à tripla nacionalidade da dirigente: japonesa por parte de pai, e americana devido a seu marido.

Erramos: o texto foi alterado

Em versão anterior deste texto, havia sido escrito que o ex-presidente Ollanta Humala continuava em prisão preventiva, mas ele foi solto em abril.

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