Maior serial killer alemão, enfermeiro admite ter matado cem pacientes

Niels Högel, 41, disse que aplicava injeções letais para ser herói ao tentar reanimar vítimas

Oldenburg | Reuters

Um enfermeiro alemão confessou em depoimento, nesta terça-feira (30), ter assassinado cem pacientes com injeções letais para poder desempenhar o papel de herói ao tentar reanimá-los.

O enfermeiro Niels Högel usa um colete à prova de balas ao ser escoltado para fora do tribunal em Oldenburg, na Alemanha
O enfermeiro Niels Högel usa um colete à prova de balas ao ser escoltado para fora do tribunal em Oldenburg, na Alemanha - Hauke-Christian Dittrich/dpa/AFP

Ao admitir os crimes, Niels Högel, 41, se tornou o maior serial killer da Alemanha no pós-guerra.

"Tudo o que eu confessei é verdade", disse o enfermeiro ao juiz Sebastian Buehrmann na corte de Oldenburg, cidade com quase 200 mil habitantes localizada na Baixa Saxônia, noroeste da Alemanha.

Högel escondeu o rosto atrás de uma pasta azul enquanto era escoltado por policiais e seu advogado ao tribunal da cidade.

Ele já havia sido sentenciado a 15 anos de prisão em 2015, após ser condenado pela morte de dois pacientes com injeções letais.

Em janeiro, promotores apresentaram novas acusações relacionadas ao assassinato de outras 97 pessoas.Em nota, o tribunal de Oldenburg informou que o número total de vítimas chegou a cem.

A confissão de Högel nesta terça-feira, porém, não encerra o julgamento, pelo qual familiares das vítimas esperam obter mais informações sobre as mortes.

"Queremos que ele receba a pena que merece", disse Frank Brinkers, cujo pai morreu após uma overdose que teria sido provocada por Högel. "Quando esse julgamento acabar queremos colocar tudo isso para trás e encontrar um final."

De acordo com a investigação, o enfermeiro administrou injeções com drogas letais em 35 pessoas em uma clínica de Oldenburg, e em outras 62 na cidade vizinha de Delmenhorst.

Há dez anos, um enfermeiro alemão foi condenado à prisão perpétua pela morte de 28 pacientes idosos. Ele alegou ter dado as injeções porque sentia pena dos doentes.

No Reino Unido, o médico Harold Shipman é suspeito de ter matado cerca de 250 pessoas, a maioria idosos e mulheres de meia-idade que eram seus pacientes. Conhecido como Dr. Morte, Shipman foi condenado à prisão perpétua em 2000, mas morreu na prisão, quatro anos depois, em um aparente suicídio.

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