Ministro indiano processa por difamação uma das 12 mulheres que o acusam de abuso sexual

Mobashar Akbar, 67, diz que acusações são fabricadas e politicamente motivadas

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O ministro de Assuntos Externos da Índia Mobashar Akbar em sua casa em Nova Délhi - Anushree Fadnavis - 14.out.18/Reuters
Mumbai e Nova Délhi | Reuters

O ministro indiano de Assuntos Externos Mobashar Jawed Akbar entrou com um processo por difamação contra uma das 12 mulheres que o acusam de abuso e de assédio sexual nesta segunda-feira (15), dizendo que as acusações são falsas.

No processo, o ministro acusa a jornalista Priya Ramani, a primeira a acusá-lo, de "intencionalmente divulgar alegações maliciosas, fabricadas e devassas" para prejudicar sua reputação. 

O processo acontece em meio a pedidos generalizados em redes sociais para que Akbar renuncie ao cargo. 

Akbar, 67, um editor experiente que criou diversas publicações no país, tem sido acusado de uma série de comportamentos inapropriados por mulheres jornalistas que antes trabalharam como suas subordinadas. 

Ele é a mais alta figura pública a ser acusada como parte do movimento Me Too na Índia.

Em nota divulgada no domingo (14), Akbar descreveu as acusações contra ele como "selvagens e sem base" e levantou a hipótese de que possam ser politicamente motivadas. 

"Acusações sem evidências se tornaram virais entre alguns setores", afirmou. 

"Por que essa tempestade se formou poucos meses antes de uma eleição geral? Há uma agenda? Vocês julguem", afirmou. 

Além de Ramani, pelo menos outras 11 mulheres o acusaram, entre elas Majlie de Puy Kamp, da CNN em Nova York, que disse que Akbar a beijou à força quando era uma estagiária de 18 anos em seu jornal Asian Age, em 2007. 

"O que ele fez foi nojento, ele violou meus limites e traiu minha confiança", afirmou Kamp ao Huffington Post India. 

Shutapa Paul, uma das mulheres que acusou Akbar, disse que lamentava a resposta do ministro.

"O fato de tentar nos envergonhar é evidência de seu senso de direito e de poder", afirmou. 

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