Descrição de chapéu Governo Trump

Sete em dez pessoas em 25 países não confiam em Trump, mostra pesquisa

Segundo levantamento, só Rússia, Israel e Quênia acham republicano melhor que Barack Obama

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Trump abre os braços ao sair do Air Force One
O presidente dos EUA, Donald Trump, chega a Blountville, no Tennessee, para evento de campanha nesta segunda-feira (1º) - Jonathan Ernst/Reuters
Nova York

Sete em dez entrevistados de 25 países não confiam no republicano Donald Trump para fazer a coisa certa no que diz respeito às principais questões globais, e só três acham o presidente melhor que o democrata Barack Obama, mostra pesquisa do centro de estudos Centro de Pesquisa Pew divulgada nesta segunda-feira (1º).

A confiança no republicano é a mais baixa entre cinco líderes mundiais —a comparação foi feita com a alemã Angela Merkel, o francês Emmanuel Macron, o chinês Xi Jinping e o russo Vladimir Putin. Merkel derrota todos, com 68%.

E é na Alemanha que o presidente americano tem um dos mais baixos avais: só 10% confiam nele. É também na Alemanha que três em cada quatro acham que os EUA estão fazendo menos para enfrentar os problemas globais.

Na França de Macron, só 9% confiam em Trump. O americano também não recebe uma avaliação muito positiva dos brasileiros: 78% não confiam em que ele vá fazer o melhor para o mundo.

Para 59% dos brasileiros, os EUA estão fazendo o mesmo que antes de Trump assumir para enfrentar os principais problemas mundiais. O patamar está acima da mediana dos 25 países, que é de 34%.

Em sua campanha presidencial, o republicano adotou o slogan “América Primeiro”. A pesquisa reflete essa postura: a maioria dos entrevistados (70%) não acha que o governo americano leva em conta o interesse dos outros países ao tomar suas decisões.

No caso brasileiro, 58% acham que os EUA não consideram muito —ou nada— o país ao adotar suas políticas. Já 86% dos israelenses acham que isso acontece em seu caso. Em dezembro do ano passado, o governo americano reconheceu Jerusalém como capital de Israel e ordenou a mudança da embaixada americana de Tel Aviv para o local.

De uma maneira geral, a imagem que os EUA têm no exterior continua arranhada. As opiniões favoráveis estão em patamares bem inferiores aos registrados no final do mandato do democrata Barack Obama, indica a pesquisa.

A maior queda no conceito foi registrada no México, onde 32% têm visão positiva dos EUA —eram 66% ao fim da Era Obama. Logo que assumiu a Presidência, em janeiro de 2017, Trump anunciou que renegociaria o Nafta, acordo de livre-comércio com México e Canadá. Para o americano, foi o “pior acordo comercial” já feito no mundo.

No Canadá, a avaliação dos EUA seguiu a tendência mexicana e caiu com força: recuou de 65% no fim da Era Obama para 39% neste ano.

A visão favorável no Brasil sofreu abalos também: era de 73% no fim do período Obama e passou para 55% neste ano. Mas houve uma evolução em relação a 2017, quando 50% viam o EUA com olhar positivo.

Dos 25 países em que a pesquisa foi realizada, em 22 a avaliação americana piorou. Mas, em três, a visão hoje é melhor do que na Era Obama: Rússia, Israel e Quênia.

No país de Vladimir Putin o aumento foi mais expressivo: a avaliação favorável subiu de 15% no fim do mandato do democrata para 26% agora —em 2017, chegou a 41%.

Parte da melhora pode ser atribuída ao ensaio de aproximação entre o líder russo e o americano. Ambos tiveram um primeiro encontro oficial em julho na Finlândia, e há negociações para uma nova reunião ainda neste ano.

Como pano de fundo à aproximação bilateral, estão as investigações em torno de uma interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, encabeçadas pelo procurador especial Robert Mueller.

Em Israel, a aprovação aumentou marginalmente, passando de 81% para os atuais 83%. No Quênia, subiu de 63% para 70%.

O levantamento identificou ainda o crescimento do poder da China no mundo. Só em dois países (Indonésia e Filipinas), menos da metade avaliou que o país asiático desempenha um papel mais importante no mundo em relação a dez anos atrás. No Brasil, o percentual foi de 50% —a mediana dos 25 países ficou em 70%.

Quando a mesma questão envolve a Rússia, as opiniões são menos enfáticas. Só em cinco países —a própria Rússia, Israel, Grécia, Tunísia e França— mais da metade vê o governo de Vladimir Putin desempenhando um papel mais importante comparado com uma década atrás. A mediana foi de 41%.

Por outro lado, a maioria prefere que os EUA mantenham a liderança mundial, e não a China. A mediana dos 25 países indica que 63% optam pelos americanos, contra 19% que votam nos chineses.

Pesa contra o país asiático a imagem de que não respeita as liberdades individuais, compartilhada por 66% dos entrevistados. No caso americano é o contrário: 51% afirmam que o governo respeita esses direitos.

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