Trump diz que haverá punição severa caso sauditas estejam por trás do sumiço de jornalista

Entrevista com presidente dos EUA é divulgada um dia após jornal revelar que Turquia tem imagens da morte de Jamal Khashoggi

Ativistas e amigos do jornalista saudita Jamal Khashoggi protestam em frente ao Consulado da Arábia Saudita em Istambul
Ativistas e amigos do jornalista saudita Jamal Khashoggi protestam em frente ao Consulado da Arábia Saudita em Istambul - Murad Sezer/Reuters

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que Arábia Saudita pode estar por trás do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi e advertiu que, se esse for o caso, Washington adotará "severa punição".

"Vamos chegar a uma conclusão disso e haverá uma severa punição", disse Trump à CBS. 

“Neste momento, eles negam veementemente. Poderiam ser eles? Sim”, afirmou o presidente dos EUA na entrevista feita na quinta (11), que será transmitida na íntegra neste domingo (14).

Khashoggi, que é colaborador do jornal The Washington Post e crítico do governo saudita, não é visto desde que entrou no Consulado da Arábia Saudita, em Istambul, em 2 de outubro.

Na sexta-feira (12) o Post publicou que  autoridades turcas informaram aos EUA que obtiveram gravações de áudio e vídeo que mostram o interrogatório, a tortura, a morte e o esquartejamento do corpo do jornalista saudita no consulado em Istambul.

O Ministério das Relações Exteriores turco e o Departamento de Estado americano não comentaram a existência das gravações.  

Trump disse a CBS que o assunto é importante por se tratar de um jornalista. Mas, ao ser indagado sobre qual seria a punição adotaria contra o governo saudita, que é aliado próximo de Washington no Oriente Médio, Trump se limitou a dizer ser contra a restrição da venda de armas ao país. “Há outras maneiras de punir.”

Alvo de protesto de ativistas e amigos de Khashoggi, o consulado saudita em Istambul reforçou a segurança. Turquia e Arábia Saudita já discordaram em relação às condições da investigação.

Neste sábado (13), Trump recebeu na Casa Branca o pastor americano Andrew Brunson, libertado pelas autoridades turcas após passar mais de dois anos preso sob a acusação de terrorismo.

"Você realmente lutou por nós. Não é tão mal sair de uma prisão turca e em 24 horas estar na Casa Branca."

O presidente considerou a soltura um passo tremendo para a melhora das relações com os turcos.​

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