Trump e China chamam de 'fake news' reportagem do NYT sobre grampo de celular

Congressistas democratas pedem que caso seja investigado

trump fala no telefone no salão oval da casa branca
O presidente dos EUA, Donald Trump, fala ao telefone no Salão Oval da Casa Branca - Doug Mills - 27.jun.17/The New York Times
Júlia Zaremba
Washington | Reuters

O presidente americano, Donald Trump, e a porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, chamaram de "fake news" a reportagem do The New York Times publicada nesta quarta (24) que acusa o republicano de usar os seus aparelhos de celular pessoais apesar de alertas de autoridades de inteligência de que espiões chineses e russos têm ouvido de forma rotineira as suas ligações. 

Ele foi pressionado a usar o telefone fixo da Casa Branca, seguro, com mais frequência nos últimos dias, mas ainda se recusa a abrir mão dos celulares, disseram autoridades e ex-funcionários da Casa Branca ao jornal.

"O New York Times tem uma nova história fake de que agora os russos e os chineses (ainda bem que eles finalmente acrescentaram a China) estão ouvindo a todas as minhas ligações em celulares. Só que eu raramente uso celular, e, quando o faço, é autorizado pelo governo", escreveu em uma rede social, na manhã desta quinta (25).

"Apenas mais fake news inventadas!" 

Durante uma coletiva realizada também nesta quinta, Chunying afirmou que, "lendo a reportagem, sente que hoje, nos Estados Unidos, realmente há algumas pessoas que estão fazendo fazendo o máximo para vencer o prêmio de melhor roteiro no Oscar." 

Disse que a história é uma evidência de que o jornal "produz fake news" e que, se estão preocupados com grampos em telefones da Apple, então poderiam começar a usar aparelhos Huawei, maior fabricante de equipamentos de telecomunicações chinês. 

"Caso eles ainda não estejam à vontade, então, para ter um aparelho totalmente seguro, eles podem parar de usar todos os tipos de aparelhos de comunicação modernos e cortar todos os laços com o mundo exterior", afirmou. 

Democratas, que esperam recuperar a maioria da Câmara nas eleições legislativas de 6 de novembro, criticaram a atitude do presidente e pediram investigações sobre o caso. 

O senador Jeff Merkley disse que seriam necessárias para "determinar definitivamente se Trump comprometeu informações classificadas".

Outro senador, Mark Warner, vice-presidente do Comitê de Inteligência do Senado, afirmou que "a última coisa que precisamos é de que o presidente coloque em risco a segurança nacional por pura negligência." 

Já o deputado Don Beyer, disse que já havia alertado republicanos sobre os perigos do uso do celular por Trump e que "nenhuma supervisão foi conduzida" por eles. "Seu egoísmo está colocando em risco a segurança nacional", escreveu, em uma rede social.

 

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