Agentes que participam das buscas por restos mortais nas áreas atingidas por incêndios na Califórnia disseram que alguns corpos poderão nunca ser encontrados, por causa da intensidade das chamas.
"Se o fogo fica no mesmo lugar por muito tempo e queima o suficiente, os ossos podem ser reduzidos a fragmentos muito pequenos, que não somos capazes de ver, e que os cães também não conseguem detectar", disse Trish Moutard, voluntária que trabalha nas buscas.
O número de mortes subiu para 77, segundo informe das autoridades locais na noite de domingo (18). O total de desaparecidos foi reduzido de 1.276 para 993. Foram destruídas mais de 10 mil casas.
O total de pessoas desaparecidas mudou constantemente durante os últimos dias porque as equipes encontraram muitos corpos, novos casos de sumiço foram relatados e moradores que estavam na lista de busca foram encontrados em segurança.
O incêndio Camp começou no norte da Califórnia em 8 de novembro e rapidamente destruiu a cidade de Paradise, que tinha 27 mil habitantes.
O Camp arrasou cerca de 610 quilômetros quadrados (equivalente à duas vezes a cidade de Fortaleza), e estava 66% contido na manhã de segunda-feira (19).
A expectativa é que ele seja apagado por completo até o fim do mês. Mais de 5.000 bombeiros trabalham no combate ao fogo, auxiliados por 28 helicópteros.
Na região de Malibu, o incêndio Woolsey estava 94% contido. A expectativa é que ele seja totalmente apagado até quinta-feira (22), feriado de Ação de Graças.
No entanto, as tempestades também poderão atrapalhar o trabalho de resgate. A água faz com que a lama e as cinzas do incêndio se misturem, o que dificultará consideravelmente a busca por restos mortais das vítimas.
Há também risco de deslizamento. Como muitas árvores foram queimadas, suas raízes ficaram fracas. Isso aumenta o risco de que a terra ceda.
As causas do fogo ainda estão sendo investigadas, mas há suspeitas de que podem ter começado devido a falhas em equipamentos elétricos.
Na região de Paradise, um pequeno grupo de moradores resolveu ficar e proteger suas propriedades. Um deles, Brad Weldon, contou ter lutado contra as chamas por 24 horas, usando uma mangueira e um balde, até afastar o fogo de sua casa. Weldon mora com a mãe, de 89 anos, e já havia perdido sua residência em um incêndio quando criança.
“Se alguém ficar em sua casa, não vamos forçá-lo a sair. Estamos tentando tratar as pessoas com respeito”, disse o xerife Kory Honea.
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