As eleições desta terça (6) nos Estados Unidos vão decidir além do Congresso, também o futuro de 36 dos 50 estados americanos, hoje comandados em sua maioria por governadores republicanos (26, ante nove democratas e um independente).
Do total de candidatos, 18 tentam a reeleição: 13 do partido Republicano e 5, do Democrata.
Os democratas devem assumir o controle de uma parte dos estados que hoje estão nas mãos de adversários, segundo estimativa do site FiveThirtyEight publicada nesta segunda (5), mas boa parte das disputas será acirrada.
Na Geórgia, por exemplo, a democrata Stacey Abrams, que ganhou o apoio da apresentadora Oprah Winfrey e pode se tornar a primeira governadora negra dos Estados Unidos, está cerca de três pontos percentuais atrás do concorrente, Brian Kemp, segundo o site Real Clear Politics.
O republicano é apoiado peplo presidente Donald Trump, que, inclusive, participou de um ato de campanha a favor do candidato no último domingo no estado.
A força do presidente foi comprovada nas primárias: antes do pleito, o republicano apoiou 12 nomes, segundo o site Ballotpedia, que reúne dados sobre eleições nos EUA. Apenas um deles perdeu: Foster Friess, em Wyoming.
Na Flórida, que há quase 20 anos não elege um governador democrata, o prefeito da cidade de Tallahassee, Andrew Gillum, está em torno de quatro pontos percentuais à frente do republicano Ron DeSantis, ferrenho apoiador de Trump. A vitória de Gillum também representaria um marco: ele seria o primeiro governador negro a representar o estado.
Estados como Nevada, Ohio, Wisconsin e Maine são outros exemplos de lugares com disputas acirradas.
A corrida para o governo estadual também conta com candidatos de fora do establishment político.
Do lado republicano, é o caso dos empresários John Cox, na Califórnia, e Bill Lee, no Tennessee —enquanto o primeiro está atrás do adversário nas pesquisas de intenção de voto, o segundo lidera por mais de dez pontos percentuais, segundo o Real Clear Politics.
Entre os democratas, um exemplo é o ex-diretor da NAACP (associação nacional para o progresso das pessoas de cor), Ben Jealous, que concorre em Maryland, mas tem poucas chances de vencer (está quase 20 pontos percentuais atrás do concorrente).
A corrida para o governo estadual deste ano é importante principalmente por causa do poder que os mandatários terão de aprovar ou vetar o redesenho dos mapa distritais elaborado por legisladores locais, após o censo de 2020.
Nesses casos, é comum uma prática conhecida como prática conhecida como gerrymandering, na qual um determinado partido desenha um mapa que o favorece e prejudica o adversário.
Ao mudar os limites de cada lugar, de acordo com interesses próprios, os legisladores conseguem eliminar parte dos eleitores rivais e diminuir a força do oponente nas eleições. Isso afeta a constituição da Câmara dos Representantes e, por consequência, os projetos de lei que serão aprovadas pelos congressistas.
Os resultados do pleito estadual também servirão como um referendo sobre o governo de Trump, especialmente porque a maior parte dos estados na disputa é comandado por republicanos.
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