Descrição de chapéu Governo Trump

Ex-chefe de campanha de Trump se reuniu com Assange, diz jornal

Wikileaks, de Assange, divulgou milhares de emails do Partido Democrata antes da eleição de 2016

Montagem com Julian Assange, do Wikileaks (à esq.) e Paul Manafort - AFP
AFP

O ex-chefe da campanha presidencial de Donald Trump, Paul Manafort, encontrou secretamente o fundador do WikiLeaks Julian Assange em três ocasiões, sendo a última delas alguns meses antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, informou nesta terça-feira o jornal britânico The Guardian.

De acordo com o jornal, os três encontros aconteceram em 2013, em 2015 e em março de 2016, o mesmo mês em que Manafort se juntou à equipe de campanha que levou Trump à Casa Branca.

"O WikiLeaks está disposto a apostar um milhão de dólares com o Guardian e seu editor-chefe que Manafort nunca se encontrou com Assange", disse a organização em sua conta no Twitter.

O Guardian disse desconhecer a natureza dos supostos encontros entre Manafort e Assange, que vive desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, mas ressaltou que o momento da terceira reunião poderia interessar o procurador especial Robert Mueller, que investiga um suposto conluio entre a Rússia e a campanha à presidência de Trump.

Os democratas suspeitam que a equipe de Trump, a Rússia e o WikiLeaks podem ter conspirado para influenciar a eleição, beneficiando o atual presidente.

O WikiLeaks publicou em julho de 2016 milhares de mensagens de vários quadros do Partido Democrata com instruções internas, incluindo emails do chefe da equipe de campanha de Hillary Clinton.

Manafort aceitou em setembro se declarar culpado de conspiração contra os Estados Unidos e de obstrução da justiça, comprometendo-se a cooperar com Mueller na investigação.

Como parte do acordo com Mueller, Manafort se declarou culpado de duas acusações de conspiração —contra os Estados Unidos e para obstruir a Justiça. 

Paul Manafort, após sair de tribunal em Washington - Jose Luis Magana - 23. mai.2018/AP

No entanto, na segunda-feira (26), os procuradores do caso afirmaram em um documento que Manafort mentiu para a Polícia Federal após a assinatura do acordo.

O ex-chefe de campanha ainda não foi condenado, mas está preso desde junho, após ter sido acusado de tentar interferir no depoimento de duas testemunhas ligadas ao seu caso. Ele pode pegar até dez anos de prisão por esses dois crimes, embora a pena possa ser reduzida.

Além dele, outros quatro assessores de Trump já se declararam culpados de acusações ligadas à investigação de Mueller: Michael Cohen, ex-advogado do presidente, Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional, Rick Gates, ex-vice presidente da campanha do republicano e George Papadopoulos, ex-conselheiro de campanha.
 

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