Descrição de chapéu Venezuela

Êxodo venezuelano custará US$ 1 bi para Colômbia em 2018, diz Banco Mundial

Instituição, porém, avalia que no longo prazo diáspora pode ajudar no crescimento econômico

Agente de imigração levanta braço com carteira de identidade na mão para entregar a outro agente. Do outro lado de uma grade, aparecem homens e mulheres sendo revistados à frente de uma fila com centenas de pessoas.
Funcionários de migração colombianos conferem documentos de venezuelanos na entrada da Ponte Internacional Simón Bolívar, na fronteira entre os dois países - Carlos García Rawlins - 25.ago.18/Reuters
Bogotá | AFP, Reuters e Associated Press

O Banco Mundial estima em US$ 1 bilhão (R$ 3,69 bilhões) o custo do governo da Colômbia neste ano para acolher venezuelanos, mas avalia que a chegada da diáspora pode aumentar o crescimento econômico do país em médio prazo.

As conclusões estão em relatório conjunto com as autoridades colombianas divulgado nesta sexta-feira (2). O valor inclui o atendimento emergencial à crise migratória e os acessos a saúde, educação e outros serviços públicos.

Isso equivale a uma parcela de 0,26% a 0,41% do PIB do país deste ano. O órgão internacional recomenda que o país reforce investimentos nestes setores em médio prazo para integrar os imigrantes à sociedade colombiana.

Segundo o órgão migratório colombiano, 1,032 milhão de venezuelanos se radicaram no país até o final de outubro, dos quais 573 mil estão regularmente no país, 240 mil em processo de legalização e 217 mil de forma irregular.

Por outro lado, o Banco Mundial considera que legalizar os imigrantes e integrá-los ao mercado de trabalho levará a crescimento no futuro, desde que as autoridades tornem isso uma prioridade e mitiguem suas vulnerabilidades.

Simulações da instituição mostram que a chegada de 500 mil venezuelanos em idade economicamente ativa levaria a um acréscimo de 0,2 pontos percentuais ao crescimento do país, por meio do consumo e do investimento.

O órgão internacional ainda criticou o pouco uso dos recursos enviados ao país para dar conta da crise migratória —dos US$ 84,8 milhões (R$ 312,9 milhões), apenas US$ 4 milhões (R$ 14,76 milhões) foram desembolsados.

Cerca de 3.000 venezuelanos chegam à Colômbia todos os dias, e a gestão do direitista Iván Duque estima que até 4 milhões poderiam estar vivendo no país em 2021 se não houver mudança de política do ditador Nicolás Maduro.

A ONU calcula que 1,9 milhões de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015. O regime de Maduro considera que as cifras são um terço disso e acusa seus críticos de fabricarem a crise para justificar uma intervenção internacional.

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