Gravação liga príncipe herdeiro saudita a morte de jornalista, diz NYT

Segundo jornal, um dos agentes ligou logo após homicídio para assessor de Mohammed bin Salman

Homem com máscara está na ponta de uma fila de outras pessoas sentadas
Homem usa máscara com rosto do jornalista Jamal Khashoggi durante evento de seus apoiadores em Istambul, na Turquia - Ozan Kose - 11.nov.18/AFP
São Paulo

Uma gravação obtida pelas autoridades da Turquia e mostrada à diretora da CIA, Gina Haspel, registra o momento em que um dos assassinos do jornalista saudita Jamal Khashoggi ligando para um assessor do príncipe herdeiro da monarquia do Golfo, Mohammed bin Salman.

Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (12) pelo jornal The New York Times, Maher Abdulaziz Mutreb, integrante da equipe de 15 pessoas que foi enviada a Istambul, disse em árabe a expressão “Diga a seu chefe” em um telefonema na sequência do assassinato.

Mutreb também teria dito “Missão cumprida”. Para agentes de inteligência americanos, essa era uma referência ao príncipe feita a um assessor do outro lado da linha. Os investigadores turcos, porém, consideram que o áudio não incrimina diretamente Mohammed bin Salman.

A publicação afirma que, por essa razão, o governo americano pediu cautela por não ser uma prova irrefutável do envolvimento. Outros fatores que colocam em dúvida a versão são que o príncipe não é citado diretamente e que o assassino pode não ter ideia de onde veio a ordem.

Khashoggi foi morto em 2 de outubro dentro do consulado saudita em Istambul, quando ia buscar documentos para se casar com a turca Hatice Cengiz. A Arábia Saudita só admitiu tê-lo matado depois da forte reação mundial ao crime.

Inicialmente, afirmou que o homicídio teria sido resultado de uma intervenção excessiva de seus agentes, mas após novas revelações confirmou a intenção de matá-lo, embora considere que o príncipe não está ligado ao assassinato. O corpo do jornalista nunca foi entregue, apesar dos pedidos das autoridades turcas.

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