Israel condena jovem por lançar 2.000 falsas ameaças de bomba antissemitas

Alertas enviados a escolas judaicas, aeroportos e hospitais em vários países geraram pânico

Jerusalém | AFP e AP

Um americano-israelense foi condenado a dez anos de prisão, nesta quinta-feira (22), por ter lançado milhares de falsos alertas de bomba contra instituições judaicas em todo mundo, anunciou um tribunal de Israel.

Sua detenção, em 2017, causou comoção, já que suas inúmeras ameaças espalharam o pânico e fizeram pensar que o antissemitismo iria aumentar nos Estados Unidos após a eleição do presidente Donald Trump.

Foto do ano passado mostra o jovem acusado de falsas ameaças de bomba chegando para uma audiência
Foto do ano passado mostra o jovem acusado de falsas ameaças de bomba chegando para uma audiência - Jack Guez-23.mar.2017/AFP

O jovem, que hoje tem 20 anos e não teve o nome divulgado em Israel por ser menor de idade na época do ocorrido, foi identificado como Michael Kadar em outro indiciamento nos EUA por supostos crimes de ódio.

Segundo o tribunal de Tel Aviv, os falsos alertas foram feitos entre 15 de abril de 2015 e 8 de março de 2017 e direcionados a centros judaicos, escolas, centros comerciais, delegacias, aeroportos e outros estabelecimentos na América do Norte, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Noruega e Dinamarca.  

Ele "declarava que havia uma bomba no lugar" para que fosse evacuado, afirmaram os juízes. 

Apenas para companhias aéreas e aeroportos ele fez 142 ligações telefônicas, o que levou ao cancelamento de voos e pousos de emergência de aeronaves.

Anteriormente, a Justiça havia informado que o Kadar ofereceu na “dark web” —parte da internet acessível apenas por softwares especiais — para fazer os falsos alertas em troca de dinheiro, obtendo cerca de US$ 240 mil na criptomoeda Bitcoin.

Ele foi condenado por extorsão, disseminação de mentiras com o objetivo de causar pânico e lavagem de dinheiro, entre outros delitos. 

A defesa do acusado alegou que, por ser autista e ter um tumor no cérebro, talvez ele não estivesse consciente da gravidade de seus atos.

O tribunal reconheceu o autismo do jovem, mas afirmou que o acusado "possui um coeficiente intelectual elevado e compreende muito bem o alcance de seus gestos".

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