O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (1°) que irá assinar uma ordem executiva na semana que vem para mudar as regras de pedido de asilo ao país, numa tentativa de conter o que ele chama de abusos cometidos por imigrantes.
Trump quer que os pedidos só possam ser feitos por pessoas que chegaram aos Estados Unidos por entradas oficiais, como aeroportos e postos de controle de fronteira, e não por pessoas que passaram por pontos proibidos. Pela lei atual, os imigrantes podem pedir asilo mesmo que tenham entrado de forma ilegal no país.
O republicano também falou que irá acabar com a política de "catch and release" (prender e soltar), que permite aos solicitantes de asilo permanecerem em liberdade no país enquanto esperam a análise do caso.
"Milhares deles não se apresentam no dia do julgamento e desaparecem dentro do país", disse Trump durante coletiva na Casa Branca. "Vamos prender e não soltar. E os que sumiram, serão encontrados e deportados".
Para essa mudança, ele prometeu montar uma grande quantidade de tendas para manter os imigrantes detidos enquanto esperam a resposta do pedido de asilo. Ele disse que não irá mais separar crianças de seus pais e reafirmou que a prática foi iniciada durante a gestão de Barack Obama.
Trump voltou a chamar as caravanas de imigrantes que se dirigem aos EUA de ilegais e disse que o Exército do país está preparado para defender as fronteiras. Ele afirmou ainda que imigrantes que jogarem pedras ou outros itens contra os guardas serão tratados como invasores com armas de fogo.
Na quarta-feira (31), o presidente americano disse que poderia enviar até 15.000 soldados para conter a caravana de imigrantes que avança rumo à fronteira sul do país.
As caravanas
Milhares de centro-americanos seguiram sua caminhada pelo sul do México rumo aos EUA nesta quinta-feira (1º). O grupo principal tem cerca de 4.000 pessoas e vai em direção à costa do Golfo do México, caminho que leva à fronteira com o Texas. Não há confirmação da rota planejada.
Há um segundo grupo, cerca de 320 quilômetros atrás, estimado em 1.500 pessoas. Outras duas caravanas menores seguem por El Salvador e Guatemala.
Os imigrantes do primeiro grupo tentaram seguir viagem de ônibus em Juchitan, no Estado de Oaxaca, mas o plano não deu certo. Alguns deles tentaram então viajar agarrados nas laterais de caminhões, mas foram retirados pela polícia.
Cansados das longas caminhadas, muitos imigrantes desistiram e resolveram ficar no México ou voltar para casa. O grupo inicial chegou a ter 7.000 pessoas, quase o dobro do número atual. Segundo o governo mexicano, 2.300 viajantes entraram com pedidos para ficar no país e outras centenas aceitaram ajuda para retornar aos seus locais de origem.
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