Câmara dos EUA aprova resolução que chama massacre de rohingyas de genocídio

Texto pede ainda soltura de dois jornalistas presos pela cobertura dos ataques em Mianmar

Ativistas pedem a soltura dos jornalistas da Reuters Wa Lone and Kyaw Soe Oo, um ano após sua prisão, em Yangon, Mianmar - Myat Thu Kyaw - 12.dez.18/Reuters
Washington | Reuters

A Câmara de Representes (deputados) dos EUA aprovou nesta quinta-feira (13) quase por unanimidade uma resolução que chama a campanha do Exército de Mianmar contra a minoria étnica muçulmana rohingya de genocídio.

O texto pede ainda a soltura dos jornalistas da Reuters Wa Lone e Kyaw Soe Oo, presos há um ano por causa da cobertura dos ataques contra os rohingyas sob alegação de violação de segredos de Estado.

A votação obteve 394 votos contra 1. Lone, 32, e o Oo, 28, foram condenados em setembro a sete anos de prisão. Uma audiência de apelação está prevista para 24 de dezembro.

A resolução não tem caráter de cumprimento obrigatório, mas tem a intenção de enviar uma forte mensagem ao governo de Mianmar, bem como ao presidente Donald Trump.

Em um relatório de agosto, investigadores da ONU disseram que o Exército de Mianmar realizou massacres em massa e estupros coletivos com "intenções genocidas" contra os rohingyas, pedindo explicitamente pela primeira vez que as autoridades do país asiático enfrentem acusações de genocídio

O Departamento de Estado dos EUA nunca usou o termo genocídio para designar a situação em Mianmar.

O governo de Mianmar nega as acusações e dizem que sua campanha faz parte da luta contra o terrorismo de militantes rohingyas. 

O único voto "não" foi do deputado Andy  Biggs, republicano do Arizona.  

Daniel Stefanki, porta-voz do congressista, não explicou o motivo do voto contrário, mas afirmou que "a contínua opressão dos rohingyas é desumana", pedindo que o governo Trump "use o máximo de pressão diplomática para pôr fim ao genocídio e exigir a soltura dos dois jornalistas".

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.