A Câmara de Representes (deputados) dos EUA aprovou nesta quinta-feira (13) quase por unanimidade uma resolução que chama a campanha do Exército de Mianmar contra a minoria étnica muçulmana rohingya de genocídio.
O texto pede ainda a soltura dos jornalistas da Reuters Wa Lone e Kyaw Soe Oo, presos há um ano por causa da cobertura dos ataques contra os rohingyas sob alegação de violação de segredos de Estado.
A votação obteve 394 votos contra 1. Lone, 32, e o Oo, 28, foram condenados em setembro a sete anos de prisão. Uma audiência de apelação está prevista para 24 de dezembro.
A resolução não tem caráter de cumprimento obrigatório, mas tem a intenção de enviar uma forte mensagem ao governo de Mianmar, bem como ao presidente Donald Trump.
Em um relatório de agosto, investigadores da ONU disseram que o Exército de Mianmar realizou massacres em massa e estupros coletivos com "intenções genocidas" contra os rohingyas, pedindo explicitamente pela primeira vez que as autoridades do país asiático enfrentem acusações de genocídio.
O Departamento de Estado dos EUA nunca usou o termo genocídio para designar a situação em Mianmar.
O governo de Mianmar nega as acusações e dizem que sua campanha faz parte da luta contra o terrorismo de militantes rohingyas.
O único voto "não" foi do deputado Andy Biggs, republicano do Arizona.
Daniel Stefanki, porta-voz do congressista, não explicou o motivo do voto contrário, mas afirmou que "a contínua opressão dos rohingyas é desumana", pedindo que o governo Trump "use o máximo de pressão diplomática para pôr fim ao genocídio e exigir a soltura dos dois jornalistas".
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