Descrição de chapéu Coreia do Norte

Cerimônia simbólica reconecta as duas Coreias por trem e estrada

Conexão é parte de acordo, mas trens só voltam a circular quando negociações nucleares progredirem

Seul

As duas Coreias fizeram, nesta quarta-feira (26), uma cerimônia simbólica para reconectar e reparar estradas e ferrovias através dessa península ainda dividida, com o Norte convidando o Sul para participar de projetos conjuntos, apesar das sanções que pesam sobre Pyongyang.

Funcionários dos governos da Coreia do Sul e da Coreia do Norte conectam trilhos de ferrovia em cerimônia em Kaesong, Coreia do Norte
Funcionários dos governos da Coreia do Sul e da Coreia do Norte conectam trilhos de ferrovia em cerimônia em Kaesong, Coreia do Norte - Korea Pool/Newsis via AP

A conexão de estradas e ferrovias faz parte de uma série de medidas que têm como objetivo melhorar os laços bilaterais, conforme acordado em setembro passado pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Sem progresso nas negociações nucleares, porém, não há previsão de que trens circulem regularmente entre os dois lados da península.

Seul ressaltou que a cerimônia ainda não significaria o início real dos trabalhos para ligar e modernizar as vias entre duas Coreias.

O porta-voz do Ministério sul-coreano da Unificação descreveu a data como uma simples "expressão de compromisso", acrescentando que a construção dependeria do "progresso da desnuclearização do Norte e das circunstâncias relativas às sanções".

Já o principal responsável pelo setor de ferrovias de Pyongyang, Kim Yun-hyok, afirmou que o Sul deveria parar de seguir os Estados Unidos no que diz respeito às sanções.

"Se (o Sul) continuar à mercê do humor de alguém e continuar hesitando, a reunificação nunca acontecerá", disse Kim na cerimônia realizada na estação de trem na cidade de Kaesong, na fronteira com o Norte.

Para o evento, um trem especial com cerca de cem sul-coreanos a bordo, incluindo autoridades e cinco pessoas nascidas no Norte, partiu de Seul logo cedo, rumo a Kaesong.

O trem levava pintado o emblema: "Construamos juntos uma era de paz e de prosperidade, reconexão da ferrovia e das estradas Sul-Norte".

Um grupo de pelo menos dez manifestantes protestou contra o líder norte-coreano e contra a conexão ferroviária, denunciando que poderá provocar a transformação da península em um regime comunista.

A realização desse evento foi acertada entre o presidente Moon Jae-in e o líder Kim Jong-un na terceira cúpula intercoreana, que aconteceu em setembro.

Antes de sua divisão, em 1948, duas linhas ferroviárias cruzavam a península, pelo leste e pelo oeste. 

Seul estimou em 63,4 bilhões de wones (cerca de US$ 56,6 milhões ou R$ 221 milhões) o total de investimentos para o próximo ano, partindo do princípio de que serão necessários cinco anos para concretizar esse projeto.

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