Confronto marca manifestação em Bruxelas contra pacto da ONU sobre migração

Polícia lançou gás lacrimogêneo e água para dispersar os manifestantes

Manifestante corre em meio a nuvem de gás lacrimogêneo lançada pela polícia para dispersar ato contra o pacto da ONU sobre migração, em Bruxelas, na Bélgica - Ye Pingfan/Xinhua
Bruxelas | AFP

Milhares de pessoas foram às ruas de Bruxelas neste domingo (16) para protestar contra o pacto global da ONU sobre migração, assinado na última segunda-feira (10). O ato foi convocado por um grupo de extrema direita e marcado por confrontos com as forças de segurança.

A polícia contou ao menos 5.500 participantes, concentrados na vizinhança das instituições europeias, como a sede da União Europeia.

"Nosso povo primeiro", diziam alguns dos cartazes. Outros pediam a renúncia do primeiro-ministro belga, Charles Michel.

Depois de um começo tranquilo, os manifestantes começaram a lançar projéteis contra as forças de segurança e as fachadas de alguns edifícios da União Europeia, segundo testemunhou um jornalista da agência de notícias AFP. 

Policiais detêm manifestante durante a Marcha contra Marrakesh, em Bruxelas, na Bélgica - Ye Pingfan/Xinhua

A polícia usou com gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes.

Pelo menos 90 pessoas foram presas. A promotoria de Bruxelas disse que cinco pessoas foram indiciadas, três delas por degradar o prédio da Comissão Europeia e outras duas por "atos de rebelião armada".

A manifestação recebeu o apoio dos jovens do partido de extrema direita Vlaams Belang e de uma dúzia de outras organizações, principalmente flamengas.

Em outro bairro de Bruxelas, cerca de mil pessoas, segundo a polícia, participaram de uma contra-manifestação convocada por várias organizações de apoio aos migrantes.

O Pacto Global para as Migrações, assinado por mais de 150 países, incluindo a Bélgica e o Brasil, visa a fortalecer a cooperação internacional para uma "migração segura, ordenada e regular" e pede, entre outros, o fim das prisões arbitrárias e da expulsão imediata de migrantes ilegais.

Críticos dizem que o pacto é uma forma de incentivar novos fluxos migratórios descontrolados. 

Na Bélgica, o documento provocou uma crise política, com a saída dos nacionalistas flamengos do partido N-VA do governo liderado pelo liberal francês Michel.

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