Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreias avançam com programa de religação de ferrovias e estradas

Sanções internacionais impostas a Pyongyang, porém, podem dificultar projeto

São Paulo

As Coreias do Norte e do Sul marcaram data para lançar um programa conjunto de religação de suas ferrovias e estradas. A cerimônia será em 26 de dezembro, em Kaesong, no lado norte-coreano da fronteira entre os dois países.

Mais do que um movimento de aproximação dos dois países, a ferrovia religaria a Coreia do Sul pela primeira vez ao continente asiático desde a Guerra da Coreia (1950-1953).

Com isso, o país, uma das principais potências industriais do mundo, poderia transportar cargas por terra, a um custo menor, para mercados da Ásia e da Europa.

O resultado, porém, não deve aparecer no curto prazo, segundo analistas ouvidos pela mídia asiática. 

As principais barreiras são dificuldades tecnológicas e sanções internacionais impostas à Coreia do Norte, que bloqueiam investimentos estrangeiros no país, entre outras medidas.

O tráfego por trem entre as duas Coreias funcionou em um trecho curto nas proximidades da fronteira, apenas em 2008, mas foi suspenso pela Coreia do Norte.

Planos anteriores de abrir linhas férreas transcoreanas já haviam sido discutidos entre 1998 e 2008, mas não prosperaram.

Nas últimas semanas, equipes do sul e do norte têm inspecionado linhas férreas que cortam a península a leste e oeste, como preparativo para o projeto de modernização e religação.

Parte das ferrovias está danificada por enchentes ou deslizamentos.

A cerimônia de lançamento foi anunciada nesta quinta-feira (13) pelo Ministério da Unificação sul-coreano, em Kaesong. 

Na cidade, no lado norte-coreano da fronteira, funcionou de 2005 a 2016 uma zona de cooperação industrial. A colaboração foi encerrada pela Coreia do Sul, em meio à escalada de ameaças nucleares do regime de Kim Jong-un.

Neste ano, os dois governos coreanos patrocinaram medidas práticas de aproximação, como a participação conjunta nos Jogos Olímpicos de Inverno, o envio de água e energia sul-coreanas para a cidade de Kaesong e três encontros de cúpula.

Nesta quarta, militares dos dois países fizeram uma inédita ação unificada para fiscalizar postos de guarda destruídos na zona de fronteira.

Além de ferrovias e estradas, o governo sul-coreano planeja para o futuro instalar gasodutos que tragam combustível da Rússia, passando pela Coreia do Norte, segundo o site Asia Times.

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