Crises migratórias marcaram cobertura fotográfica mundial em 2018

Fluxos de venezuelanos, centro-americanos e de rohingya foram acompanhados por fotojornalistas

 
Paula Leite Gustavo Simon
São Paulo

Venezuelanos caminhando na beira da estrada tentando chegar ao Brasil, carregando seus pertences; depois, em Roraima, dormindo ao relento ou em barracas.

Um rio de centro-americanos, que formaram uma caravana para tentar chegar à fronteira do México com os EUA, país no qual tentariam entrar, muitos sem sucesso.

Muçulmanos rohingya vivendo em um campo de refugiados em Bangladesh que se tornou uma enorme e precária favela.

E crianças, muitas crianças. Carregadas pelos pais, venezuelanos, hondurenhos, salvadorenhos, em direção a uma vida melhor no Brasil ou nos EUA.

 

Em uma das fotos que marcou o ano, a pequena Yanela, então com menos de dois anos, chora enquanto sua mãe, a hondurenha Sandra Sánchez, é revistada por agentes da fronteira americana. 

Não há imagens de Jakelin Caal Maquin, 7, na fronteira, mas a criança guatemalteca, que morreu enquanto estava sob responsabilidade da Patrulha da Fronteira americana, olha séria para a câmera em uma foto de família tirada antes da viagem aos EUA.

A pobreza em que vivem as crianças rohingya em Bangladesh choca: nas imagens, estão quase sempre descalças, as menorzinhas sem fraldas, muitas desnutridas.

Enquanto em muitos países a retórica anti-imigração ganha força, como se viu recentemente com as polêmicas em torno do Pacto Global de Migração da ONU, essas imagens nos lembram das dificuldades pelas quais passam aqueles que deixam suas casas em busca de mais segurança em outra nação.

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