Descrição de chapéu Venezuela

Ex-ministro do Petróleo da Venezuela acusado de corrupção morre na prisão

Nelson Martínez tinha problemas renais e estava detido havia um ano

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Nelson Martínez, ex-ministro do Petróleo da Venezuela, durante evento em 2017 - Marco Bello - 31.jan.2017/Reuters
Caracas | AFP e Reuters

Nelson Martínez, ex-ministro do Petróleo da Venezuela detido por corrupção, morreu sob custódia do governo do ditador Nicolás Maduro nesta quarta-feira (12).

Martínez, um químico que presidiu a estatal PDVSA e a subsidiária Citgo, que atua nos EUA, foi transferido da prisão para um hospital militar devido a problemas renais. Ele teve um ataque cardíaco enquanto fazia hemodiálise, de acordo com duas pessoas próximas ouvidas pela agência Reuters. 

"Acaba de morrer Nelson Martínez (...), sequestrado e maltratado durante um ano por ordem de Maduro, que sabia da sua enfermidade crônica. Foi humilhado e teve negado o direito à defesa e à vida. Maduro, você é o responsável", escreveu Rafael Ramírez, também ex-presidente da estatal PDVSA, no Twitter. Ele e Martínez eram próximos.

A morte do ex-ministro de Maduro foi confirmada pelo Ministério Público venezuelano, que negou, no entanto, que Martínez não tenha recebido tratamento.

“Nelson Martínez padecia de uma grave doença crônica cuja evolução agravou seu estado e conduziu ao seu falecimento. Até o último momento, recebeu o tratamento e a atenção médica requerida em um centro de saúde onde permanecia internado”, disse em comunicado o órgão.

Martínez foi preso em novembro de 2017, dias após ser destituído do cargo de ministro, sob acusação de integrar um rede de corrupção no setor petroleiro venezuelano e de aprovar um acordo de refinanciamento da Citgo sem autorização do governo.

Na mesma ocasião foi detido Eulogio del Pino, outro ex-ministro do Petróleo e ex-chefe da PDVSA —ele segue preso.

O ex-ministro ainda não havia aparecido diante de um juiz, já que sua audiência preliminar foi adiada diversas vezes. Seus advogados pediam há meses às autoridades que Martínez pudesse cumprir prisão domiciliar devido ao seu estado de saúde.

Ele entrou na estatal de petróleo nos anos 1980 e chefiou escritórios da empresa no Reino Unido, na Argentina e no Equador antes de ser indicado para liderar a Citgo em Houston (EUA). Em janeiro de 2017, foi nomeado ministro do Petróleo por Maduro.

O caso de Martínez não é inédito na Venezuela. 

Em agosto, o vereador opositor Fernando Albán morreu ao cair do 10º andar da sede do serviço de inteligência em Caracas (Sebin), após ser detido por suposto envolvimento em um alegado ataque contra Maduro utilizando drones carregados de explosivos.

O governo afirma que Albán cometeu suicídio, mas a oposição diz que ele morreu ao ser torturado durante interrogatório e depois foi jogado pela janela.

Outro líder opositor, Carlos Andrés García, morreu em 17 de setembro de 2017, vítima de um AVC quando estava detido no Sebin.

O piloto Rodolfo González, conhecido como "El Aviador", teria se enforcado em sua cela em 2015, após ser capturado durante protestos contra Maduro que deixaram 43 mortos em 2014.

Segundo a ONG de direitos humanos Foro Penal, na Venezuela há 288 presos políticos.

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