Nova líder de partido alemão propõe mudança em política migratória

Annegret Kramp-Karrenbauer substitui Angela Merkel na chefia dos conservadores cristãos

A nova líder democrata cristã da Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer, em Hamburgo - Kai Pfaffenbach - 8.dez.18/Reuters
Reuters

A nova líder da União Cristã Democrata (CDU), Annegret Kramp-Karrenbauer, conhecida como AKK, anunciou neste domingo (9) planos para modificar as políticas imigratórias da legenda antes de quatro eleições regionais na Alemanha e para o Parlamento Europeu, previstas para o ano que vem.

AKK foi eleita na última sexta-feira para substituir a chanceler Angela Merkel, sua mentora, na liderança do partido. No entanto, a margem estreita em relação ao segundo colocado, o milionário Friedrich Merz, mais à direita, sinalizou uma divisão interna no maior partido alemão.

Uma das maiores divisões tem a ver justamente com a política imigratória, considerada por muitos liberal sob Merkel. 

"Quero convocar uma discussão sobre a imigração e segurança com especialistas e críticos das políticas de imigração e de refúgio para trabalhar em melhorias concretas", afirmou AKK ao Bild am Sonntag. 

"Nosso programa para as eleições europeias vai se basear nesses resultados."

A política de portas abertas adotada por Merkel em 2015 erodiu sua popularidade e levou a derrotas em eleições regionais neste ano, culminando com sua decisão de deixar a liderança do partido em outubro. Ele ainda espera permanecer chanceler até as próximas eleições federais, em 2021. 

Ao escolher AKK para suceder Merkel, a CDU priorizou a continuidade, mas a nova líder disse que isso não exclui algumas mudanças.;

"Você fica de pé sobre os ombros de seu predecessor. O que é bom, continua, e onde há espaço para mudança, faremos mudanças", afirmou ela à TV ARD. 

Uma das missões de AKK nas eleições em três estados do leste alemão, no ano que vem, será recuperar o apoio de eleitores que se viraram para a Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de direita nacionalista que cresceu com base nos temores da população sobre a integração de imigrantes. 

Representada em todos os estados alemães com cerca de 14%, a AfD é hoje o principal partido de oposição à "grande coalizão" de Merkel, que inclui, além da CDU, sua irmã na Baviera, a CSU, e o Partido Social Democrata. 

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