Cerca de 2.000 pessoas protestaram no edifício da TV estatal húngara para exigir uma cobertura de mídia e cortes independentes, no quinto dia de manifestações contra o governo do premiê de direita Viktor  Orbán.

Dois parlamentares independentes foram expulsos do local depois de tentarem entrar em um estúdio para ler uma petição contra o que consideram um regime autoritário.

Bernadett Szel e Akos Hadhazy haviam passado a noite no prédio em protesto contra Orbán, depois que uma megamanifestação reuniu cerca de 10 mil pessoas no domingo (16). 

Szel postou um vídeo nas redes sociais mostrando os seguranças lutando com Hadhazy e depois o jogando para fora do prédio. 

Manifestantes gritavam "Fidesz sujo", em referência ao partido de Orbán, e seguravam cartazes com dizeres como "a TV perdeu seu caráter público" —eles dizem que a TV estatal virou um instrumento do governo.

"Vim aqui basicamente defender as cortes independentes", afirmou o advogado Gabor Hacsi, 35, um dos manifestantes. Ele se referia a uma lei aprovada semana passada criando cortes administrativas que respondem ao Executivo. "Espero que vejamos mais protestos com milhares de pessoas."

A marcha de domingo, apelidada de "Feliz Natal, primeiro-ministro", reuniu distintos grupos de oposição enfraquecidos em ação contra Orbán pela primeira desde 2010, quando ele assumiu o poder.

A petição dos manifestantes pedia ainda a retirada de uma nova lei trabalhista que aumenta as horas extras e que a Hungria faça parte da Promotoria da União Europeia.

No domingo, o Fidezs disse, em reação aos protestos, que "era cada vez mais óbvio que os criminosos estão participando de distúrbios de rua patrocinados pela rede de Soros", em referência ao bilionário norte-americano nascido na Hungria George Soros. 

Um porta-voz da Open Society Foundations, de Soros, disse que o financista não tinha estimulado os protestos.