Peruanos aprovam em referendo as reformas constitucionais

As quatro medidas propostas pelo presidente receberam 'sim' da maioria, segundo pesquisa de boca de urna

Lima | AFP

Os peruanos votaram, neste domingo (9), no referendo sobre reformas constitucionais destinadas a frear a corrupção e, segundo pesquisas de boca de urna, aprovaram com ampla maioria as quatro propostas de reforma constitucional lançadas pelo presidente Martín Vizcarra.

Segundo a pesquisa feita pela empresa de estudos Ipsos, divulgada ao final da votação, às 19h (de Brasília), 85% dos peruanos apoiaram o fim da reeleição de parlamentares, em julho de 2021, e o mesmo percentual se pronunciou contra a restituição do sistema bicameral no Congresso.

Ainda de acordo com Ipsos, os eleitores também votaram “sim” às outras duas propostas de Vizcarra: reformar o órgão que nomeia os juízes peruanos (87%) e regular o financiamento dos partidos políticos (85%).

O referendo coincide com o segundo turno das eleições de governadores em 15 das 25 regiões do Peru.

Homem vota em seção eleitoral em Ollantaytambo, na região de Cuzco, no sul do Peru - Teo Bizca/AFP

Neste ano, o Peru enfrentou várias turbulências políticas e escândalos, como a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski à Presidência em março e o pedido de asilo do ex-presidente Alan García , rejeitado pelo Uruguai há seis dias.

O país foi afetado pelo escândalo da Odebrecht, que admitiu ter pago US$ 29 milhões  (cerca de R$ 113 milhões) em subornos ao longo de três governos peruanos, incluindo o segundo de García.

Devido ao caso Odebrecht estão sendo investigados os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), que fugiu para os EUA e enfrenta pedido de extradição; Ollanta Humala (2011-2016), que ficou preso nove meses com sua esposa Nadine; e Kuczynski (2016-2018), que renunciou.

Será a primeira vez que se reformará, por meio de um referendo, a Constituição do Peru, em vigor desde 1993.

Um dos primeiros a votar, na cidade de Moquegua, foi Vizcarra. Ele lançou as propostas em 28 de julho, em resposta a escândalo no Judiciário. “Em todo o país se vota pela democracia, se vota pelas reformas da Constituição que propusemos, e isso é democracia em sua essência mais clara.”

Cerca de 50 mil militares e 20 mil policiais foram mobilizados para garantir a ordem neste domingo.

Os primeiros resultados oficiais serão conhecidos na madrugada desta segunda-feira (10).

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