Precursora dos direitos humanos na Rússia morre aos 91 anos

Ludmila Alekseyeva foi exilada durante o regime soviético e só pôde voltar à Rússia em 1993

Ludmila Alekseyeva, durante conferência em Moscou, em setembro de 2012
Ludmila Alekseyeva, durante conferência em Moscou, em setembro de 2012 - Kirill Kudryavtsev/AFP
Moscou | Associated Press e AFP

A precursora dos direitos humanos na Rússia, Ludmila Alekseyeva, morreu neste sábado (8),  em Moscou, aos 91 anos.

Uma das fundadoras do Grupo Helsinque de Moscou em 1976, ela foi alvo de assédio, prisão e exílio. Ao defender opositores do regime soviético, Alekseyevateve até que deixar o país em 1977.

Mesmo assim, manteve-se atuante e, após retornar à Rússia em 1993, foi protagonista ao denunciar a morte no cárcere do jurista Serguei Magnitski e ao ficar ao lado de Mikhail Khodorkovski, crítico do Kremlin.

Em 2009, ela recebeu o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu por sua atuação na defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos.

“É uma perda imensa para todo o movimento de defesa dos direitos humanos na Rússia”, disse Mikhail Fedotov, presidente do Conselho de Direitos Humanos.

Segundo ele, Ludmila Alekseyeva morreu em um hospital. “Não era primeira vez dela lá. Os médicos já a salvaram outras vezes. Mas desta vez eles nada puderam fazer.”

"Para todos os que apreciavam, apreciam e apreciarão a democracia, Liudmila Alekseyeva sempre foi e sempre permanecerá como um símbolo de honestidade e luta pelo ser humano", afirmou Tatiana Moskalkova, que também atua pelos direitos humanos na Rússia.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado em versão anterior deste texto, a ativista Ludmila Alekseyeva morreu no dia 8 de dezembro, sábado, não no dia 14. O texto foi corrigido.

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