Descrição de chapéu Governo Bolsonaro Venezuela

Bolsonaro diz que fará todo o possível para restabelecer democracia na Venezuela

Presidente recebeu opositores venezuelanos e culpou o PT pela crise no país vizinho

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (17), que seu governo fará “todo o possível para restabelecer a ordem, a democracia e a liberdade na Venezuela”, enquanto o Itamaraty classificou em nota o regime de Nicolás Maduro como baseado no narcotráfico.

A declaração de Bolsonaro foi dada ao lado do presidente do Tribunal Supremo da Venezuela no exílio, Miguel Ángel Martín, a quem o mandatário brasileiro se referiu como “autoridade que representa a Venezuela que nós queremos.”

Quatro homens de terno posam para foto
Jair Bolsonaro cumprimenta o presidente do Tribunal Supremo da Venezuela no exílio, Miguel Ángel Martín, em Brasília; à esq. o chanceler Ernesto Araújo - Alan Santos/Presidência da República/AFP

“Sabemos como esse desgoverno chegou ao poder, inclusive com a ajuda de presidentes que o Brasil já teve, como Lula e Dilma. E isso nos torna responsáveis pela situação em que vocês [venezuelanos] se encontram, em parte”, disse Bolsonaro.

A fala do presidente ocorreu no dia em que o governo brasileiro fez o gesto mais forte até o momento para intensificar as pressões internacionais que visam o fim do regime de Maduro, chamado pelo Itamaraty em nota de “mecanismo de crime organizado baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico e no terrorismo.”

A manifestação da diplomacia brasileira reforçou a sinalização de que o país está disposto a reconhecer o opositor Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela caso ele assim seja declarado pela Assembleia Nacional, Legislativo venezuelano de maioria opositora.

Interlocutores que estiveram no encontro afirmam que o Brasil manifestou intenção de reconhecer a legitimidade de Guaidó quando esse passo for dado.

No entanto, a avaliação entre os representantes da oposição venezuelana é que a situação interna e externa no país ainda não está madura para que isso aconteça no curto prazo.

Durante toda a quinta-feira o chanceler Ernesto Araújo organizou uma reunião no Itamaraty com as principais lideranças opositoras da Venezuela que vivem no exílio.

 

Fizeram parte do grupo o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, o deputado Julio Borges e o dirigente do partido Vontade Popular Carlos Vecchio, entre outros.

Além dos venezuelanos, compareceram diplomatas do Grupo de Lima, formado por países que no início do ano assinaram uma declaração na qual afirmaram que o novo mandato de Maduro, inaugurado em 10 de janeiro, é ilegítimo.

Também estiveram presentes representantes da diplomacia dos Estados Unidos e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do mandatário brasileiro e atuante em temas internacionais.

Com a reunião realizada nesta quinta-feira no Itamaraty, o Brasil se coloca como um dos principais articuladores do movimento internacional para isolar Maduro e forçar sua saída.

Em nota divulgada após o encontro, o Itamaraty reiterou que o governo venezuelano é “ilegítimo” e disse que o encontro com os opositores também analisou a disposição de Guaidó assumir a Presidência da República venezuelana em caráter transitório.

Interessa aos opositores venezuelanos que o reconhecimento de Guaidó ocorra pelo maior número de países possíveis, o que ainda depende de costuras no plano exterior.

 

"Desejemos que se reconheça não apenas a Assembleia Nacional e o Tribunal Supremo de Justiça no exílio como instituições legítimas, mas que se aceite também que Juan Guaidó é o presidente constitucional da Venezuela", disse Ledezma.

Os venezuelanos também pediram às autoridades brasileiras que adotem sanções econômicas contra autoridades do chavismo para intensificar a ação internacional contra o ditador chavista. A nota do Itamaraty, no entanto, não menciona a disposição do Brasil de adotar esse tipo de medida.

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